São Paulo, terça-feira, 07 de junho de 2011 |
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Inflação dará trégua ao BC nas próximas divulgações Mas economistas ainda preveem altas nos juros MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA Começa hoje, com a divulgação da inflação oficial do mês de maio, a temporada de trégua para o Banco Central no que diz respeito à escalada de preços. De maio a julho, segundo economistas, a inflação mês a mês ficará mais baixa. Eles alertam, no entanto, que isso não indica que o problema foi superado. As apostas para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que serve de referência para o governo, giram em torno de 0,40%, abaixo da alta de abril (0,77%). O recuo se deve à queda de preços de combustíveis e alimentos. Estimativa divulgada ontem por economistas do Itaú indica que a queda das cotações de matérias-primas no exterior também ajudam a reduzir os preços no Brasil. Para o banco, já em maio, será possível notar o recuo nos preços de alimentos e bebidas que têm mais relação com cotações internacionais. O Itaú avalia que esses efeitos serão mais perceptíveis nos próximos trimestres. Esse é um dos motivos que explicam a redução das expectativas de inflação para o ano. Na pesquisa semanal Focus divulgada ontem pelo BC, economistas baixaram sua previsão para a inflação do ano pela quinta vez seguida, para 6,22%. O valor está abaixo do limite da meta oficial do governo (6,5%), mas acima da previsão do BC (5,9%). JUROS Por isso as estimativas também são que o BC decidirá por um novo aumento na taxa básica de juros da economia, a Selic, na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que acontece amanhã e na quarta-feira. Espera-se uma alta de 0,25 ponto percentual, o que elevaria a taxa a 12,25% ao ano. Segundo o economista Fábio Ramos, da Quest Investimentos, a queda no preço das commodities "estancou a alta da inflação em 2012", mas as apostas não estão totalmente controladas. "Estamos esperando dados que confirmem a desaceleração da economia", diz. O desaquecimento desestimula remarcações de preços. Ramos alerta que a inflação, neste momento em baixa, vai alimentar a pressão política para que o BC faça só uma elevação na Selic. Mas, na sua avaliação, o BC não deveria parar por aí. "São necessárias duas ou mais altas para consolidar [o recuo] das expectativas", diz. "Levar a inflação [em 12 meses] de 7% em agosto para 4,5% no ano que vem será difícil. O BC deve manter o discurso duro", concorda Elson Telles, da corretora Máxima. Texto Anterior: Garçom de bandeja vazia Próximo Texto: Frases Índice | Comunicar Erros |
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