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Dilma deve evitar citar Lula em debates
Estratégia, que já foi utilizada no embate de anteontem, é tentar reforçar que a petista atuou no comando do país
Avaliação do PT é que
1º debate terá "efeito nulo" na campanha e que, apesar de nervosa, ela cumpriu o objetivo
ANA FLOR
DE SÃO PAULO
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
A estratégia da petista Dilma Rousseff de escassear citações ao presidente Lula em
suas falas -no debate de anteontem à noite ele apareceu
pela primeira vez apenas no
terceiro bloco, em meio a
uma pergunta a José Serra
(PSDB) -deve se tornar regra
nos próximos embates.
A tentativa é reforçar que
Dilma atuou no comando do
país -por isso ela usou à
exaustão "nosso governo".
Sempre que se referia à gestão federal como "nós", reforçava o antagonismo entre
o governo atual e o governo
"deles", isto é, dos tucanos.
Lula apareceu nas considerações finais da petista:
"Tive a honra de coordenar a
equipe de ministros do presidente Lula".
A tática foi definida durante a preparação da candidata
para o debate.
Ao utilizar "nós" para falar
de ações do governo, Dilma
buscou antagonizar o projeto
atual, que diz representar,
com o de Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002), do qual
Serra foi ministro.
Ontem, em São Paulo, Dilma voltou a martelar que seu
adversário foge da administração FHC. "O governo Fernando Henrique é herança e
patrimônio dele [Serra]."
EFEITO NULO
Apesar de reconhecer tropeços iniciais da candidata, a
avaliação da equipe de Dilma
é que o primeiro debate presidencial terá "efeito nulo"
sobre a campanha.
Segundo definição de um
dos coordenadores da campanha, Dilma jogou pelo empate na sua primeira experiência e atingiu seu objetivo.
Após o debate, a sensação
entre os assessores da petista
foi de "alívio".
Para avaliar o resultado do
debate, o marqueteiro de Dilma, João Santana, montou
núcleos de pesquisas qualitativas em dez capitais, com
grupos diferentes de eleitores -de serristas, dilmistas e
indecisos- que acompanharam o evento do início ao fim.
A equipe de Dilma trabalha agora para que ela chegue chegue "afiada" ao último deles, o da Globo, que
tem mais audiência.
O objetivo é reforçar a necessidade de "passar sua
mensagem" em um ou dois
minutos, com raciocínio fechado e menos nervosismo.
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