São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2010

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PT não levará polêmica ao horário eleitoral

MÁRCIO FALCÃO
LARISSA GUIMARÃES

DE BRASÍLIA

Políticos evangélicos que apoiam a candidata Dilma Rousseff (PT) sugeriram ontem ao comando da campanha que a resposta aos boatos que circulam contra a petista ocorram nos templos.
A ideia é que, após os cultos, pastores e lideranças façam um "esclarecimento" para informar que a petista é contra o aborto e que não teria dito que nem Jesus tiraria dela essa eleição. O discurso para os fiéis seria para mostrar que a candidata defende a vida, mas foi vítima de uma campanha caluniosa.
A recomendação é que a campanha também use a internet, mas evite levar o assunto para a propaganda eleitoral, o que poderia, segundo eles, ampliar a polêmica. "Para que mais problema?", questionou o senador Magno Malta (PR-ES).
Para o senador eleito Walter Pinheiro (PT-BA), essa questão de aborto é complexa para ser discutida.
As propostas dos evangélicos foram apresentadas ao ex-ministro Antonio Palocci Filho e ao deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP). Estavam presentes o pastor Everardo (PSC) e Gilmar Machado (PT), além de Pinheiro e Malta.
Cardozo afirmou que a campanha não vai priorizar a discussão sobre aborto. "Essa é uma discussão artificial. É clara a tentativa de plantar boatos. Não vamos priorizar a questão até porque não há posição muito diferente entre o Serra [José Serra (PSDB)] e a Dilma nesse caso. É uma falsa polarização", disse.
Os dilmistas estão de olho nos 34 milhões de votos evangélicos no país. Antes de ser candidata, Dilma defendeu a descriminalização da prática em sabatina na Folha em 2007. Já na campanha, ela afirmou que pessoalmente é contra essa proposta.

LIBERDADE
Além das duas campanhas, as entidades religiosas também discutem o tema.
O assessor da Comissão Pastoral para a Vida e a Família da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), padre Luiz Antonio Bento, afirmou que a entidade ficará neutra na eleição, mas os bispos têm liberdade de agir dentro de suas dioceses.
"Se [o bispo] julgar que é conveniente orientar sua diocese para votar em um ou outro candidato, ele tem autonomia, e a CNBB respeitará", declarou Bento.


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