São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2010

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MINAS GERAIS

Distribuição de votos em MG reflete resto do país

Estado é microcosmo do eleitorado brasileiro

DE SÃO PAULO
DE BELO HORIZONTE

Uma análise dos resultados do primeiro turno da eleição presidencial nos Estados revela uma curiosa associação entre o comportamento dos eleitores mineiros e a média do eleitorado nacional.
Os três principais candidatos a presidente alcançaram em Minas Gerais votações praticamente iguais às obtidas na apuração nacional.
A petista Dilma Rousseff, que teve 47% dos votos válidos no primeiro turno, recebeu 47% dos votos mineiros. O tucano José Serra teve 33% dos votos nacionais e 31% em Minas. Marina Silva, do PV, conseguiu 19% dos votos do país e 21% no Estado.
Essa coincidência também ocorreu nas eleições anteriores e parece ter se tornado mais evidente em 2006, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reelegeu no segundo turno, contra Geraldo Alckmin (PSDB).
Uma explicação para o fenômeno está na composição do colégio eleitoral mineiro, o segundo maior do país, com 14,5 milhões de eleitores. Sua divisão entre homens e mulheres, por idade e grau de instrução é muito semelhante à média nacional.
Mas a coincidência também pode ser um reflexo da maneira como a política é feita no Estado, diz a cientista política Helcimara de Souza Telles, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
A política local, com o governo estadual nas mãos dos tucanos e os petistas participando da administração da capital, Belo Horizonte, reproduz a polarização observada no cenário nacional e isso influi no comportamento dos eleitores, ela afirma.
"Muitos políticos mineiros gostam de dizer que o Estado tende à conciliação, mas o que se vê hoje é uma rivalidade grande entre forças políticas opostas", diz Helcimara.
"Fatores como preferência partidária são mais importantes para explicar o voto dos mineiros do que as condições socioeconômicas."
Minas reproduz em escala menor várias desigualdades regionais brasileiras e isso também se reflete no comportamento dos eleitores.
No centro e no sul do Estado, onde estão as indústrias e os polos mais dinâmicos, Serra teve 46% dos votos e venceu Dilma, que ficou com 38%. Em São Paulo, o tucano teve 41% e sua rival, 37%.
No norte, onde a pobreza é parecida com a do Nordeste e muita gente depende dos programas sociais, a vantagem de Dilma foi maior.


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