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TCU poupa senador do DEM de explicar pagamento irregular
Efraim Moraes, ex-primeiro-secretário do Senado, autorizou que servidores ganhassem R$ 6,2 mi de hora extra no recesso
Relator do caso pediu justificativa somente a quatro funcionários que já deixaram os cargos
de direção na Casa
DIMMI AMORA
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA
O plenário do TCU (Tribunal de Contas da União) poupou o senador Efraim Morais
(DEM-PB) de dar explicações
sobre o pagamento irregular
de horas extras para servidores do Senado.
Reportagem de ontem da
Folha revelou que auditoria
na folha de pagamento da
instituição apontou que foi
"totalmente irregular" a autorização de pagamento de
hora extra para 3.883 servidores em pleno recesso de janeiro, o que custou R$ 6,2
milhões aos cofres públicos.
Como primeiro-secretário
da Casa, Efraim foi quem autorizou os pagamentos.
Os ministros seguiram o
relator do caso, Raimundo
Carreiro, que decidiu cobrar
explicações de apenas quatro servidores que já deixaram os cargos de direção na
Casa: Alexandre Gazineo,
Agaciel Maia, ambos dirigiram o Senado, Ralph Siqueira e João Carlos Zoghbi, que
foram diretores de Recursos
Humanos da Casa.
Carreiro, o relator do caso,
trabalhou como secretário-geral do Senado por 12 anos
e foi indicado para o TCU pelo atual presidente da Casa,
José Sarney (PMDB-AP).
Os técnicos do tribunal sugeriram que também fossem
cobrados a dar explicações o
atual diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra e a diretora
de Recursos Humanos, Doris
Marize, mas o plenário também os poupou disso.
Os ex-diretores têm 15 dias
para dar explicações que, se
não convencerem, podem
gerar multa.
A auditoria do TCU encontrou irregularidades no pagamento do salário de milhares de servidores do Senado
que tem gerado prejuízo estimado de R$ 157,7 milhões ao
ano para a instituição.
A Folha teve acesso ao documento que aponta pagamento de valores acima do
teto a 464 servidores, gratificação de chefia a pessoas
que não exerciam essa função, horas extras pagas para
servidores que nem sequer
foram ao trabalho, aumento
de salários sem amparo legal
e jornada de trabalho inferior
ao mínimo exigido.
A auditoria identificou,
por exemplo, funcionários
que ganharam horas extras
mesmo quando estavam
afastados do trabalho e durante todo o mês.
Houve casos de pessoas
que teriam que ter trabalhado 300 horas num mês, o que
corresponde a quase 14 horas
por dia útil, para justificar o
valor recebido.
Para os técnicos do Tribunal de Contas, há fortes indícios de que o Senado pagava
horas extras como forma de
aumentar o vencimento dos
servidores.
A auditoria do TCU foi motivada por uma série de denúncias de irregularidades
administrativas na Casa no
ano passado.
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