São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2010

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CNJ pede que tribunais esclareçam suspeitas

Desembargadores foram citados em casos recentes de corrupção no Amapá e em MS

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BELÉM

RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão de controle do Judiciário, solicitou aos tribunais de Justiça do Amapá e de Mato Grosso do Sul que esclareçam recentes suspeitas de corrupção.
No caso do Amapá, ao menos três desembargadores são citados no inquérito da Operação Mãos Limpas, da Polícia Federal, que há quase um mês prendeu 18 pessoas, entre elas o governador do Estado, um ex-governador e secretários estaduais.
Conforme a Folha revelou, os citados são os magistrados Edinardo Souza, Gilberto Pinheiro e Dôglas Evangelista, presidente do TJ.
Souza, indicam as interceptações telefônicas, manteve contato com membros da suposta quadrilha, suspeita de desviar até R$ 300 milhões públicos. Meses depois, deu uma decisão favorável ao grupo.
Pinheiro, segundo o inquérito dos policiais federais, teve contas de uma mulher ligada a ele pagas pela Secretaria da Saúde, um dos núcleos do suposto esquema de corrupção.
Evangelista teve um "serviço" feito por um homem ligado a um suposto testa de ferro de outro suspeito.
Em nota, o TJ-AP refutou as suspeitas relativas a Evangelista e disse que os serviços foram regulares. Sobre a mulher ligada a Pinheiro, afirmou ser uma irmã dele.
A mesma nota disse que "todos os desembargadores trabalham com honestidade e honradez".

DOURADOS
Em Mato Grosso do Sul, o CNJ avalia o teor de um vídeo em que o deputado estadual Ary Rigo (PSDB), primeiro-secretário da Assembleia, menciona supostos pagamentos "para os desembargadores e para o TJ", em troca de proteção a aliados.
Na gravação, Rigo relata contato com um desembargador para impedir que fosse decretada a prisão do prefeito de Dourados (MS), Ari Artuzi (sem partido), suspeito de integrar um suposto esquema de corrupção.
"Nós tiramos ele da cadeia! Pô, para com isso! Você dá R$ 300 mil por mês para o Ministério Público, seguramos tudo", disse o deputado.
Em nota, o deputado disse que se referia a repasses legais do Executivo ao Judiciário e ao Ministério Público.
À ocasião, o TJ-MS publicou nota afirmando que iria interpelar judicialmente o deputado "para que a verdade seja esclarecida com transparência e rapidez".
Ontem, a assessoria do TJ disse que o pedido de informações foi respondido e encaminhado ao CNJ na sexta-feira passada. O tribunal do Amapá não se manifestou até a conclusão desta edição.


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