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CNJ pede que tribunais esclareçam suspeitas
Desembargadores foram citados em casos recentes de corrupção no Amapá e em MS
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BELÉM
RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ
O CNJ (Conselho Nacional
de Justiça), órgão de controle
do Judiciário, solicitou aos
tribunais de Justiça do Amapá e de Mato Grosso do Sul
que esclareçam recentes suspeitas de corrupção.
No caso do Amapá, ao menos três desembargadores
são citados no inquérito da
Operação Mãos Limpas, da
Polícia Federal, que há quase
um mês prendeu 18 pessoas,
entre elas o governador do
Estado, um ex-governador e
secretários estaduais.
Conforme a Folha revelou,
os citados são os magistrados
Edinardo Souza, Gilberto Pinheiro e Dôglas Evangelista,
presidente do TJ.
Souza, indicam as interceptações telefônicas, manteve contato com membros
da suposta quadrilha, suspeita de desviar até R$ 300
milhões públicos. Meses depois, deu uma decisão favorável ao grupo.
Pinheiro, segundo o inquérito dos policiais federais, teve contas de uma mulher ligada a ele pagas pela
Secretaria da Saúde, um dos
núcleos do suposto esquema
de corrupção.
Evangelista teve um "serviço" feito por um homem ligado a um suposto testa de
ferro de outro suspeito.
Em nota, o TJ-AP refutou
as suspeitas relativas a Evangelista e disse que os serviços
foram regulares. Sobre a mulher ligada a Pinheiro, afirmou ser uma irmã dele.
A mesma nota disse que
"todos os desembargadores
trabalham com honestidade
e honradez".
DOURADOS
Em Mato Grosso do Sul, o
CNJ avalia o teor de um vídeo
em que o deputado estadual
Ary Rigo (PSDB), primeiro-secretário da Assembleia,
menciona supostos pagamentos "para os desembargadores e para o TJ", em troca de proteção a aliados.
Na gravação, Rigo relata
contato com um desembargador para impedir que fosse
decretada a prisão do prefeito de Dourados (MS), Ari Artuzi (sem partido), suspeito
de integrar um suposto esquema de corrupção.
"Nós tiramos ele da cadeia! Pô, para com isso! Você
dá R$ 300 mil por mês para o
Ministério Público, seguramos tudo", disse o deputado.
Em nota, o deputado disse
que se referia a repasses legais do Executivo ao Judiciário e ao Ministério Público.
À ocasião, o TJ-MS publicou nota afirmando que iria
interpelar judicialmente o
deputado "para que a verdade seja esclarecida com
transparência e rapidez".
Ontem, a assessoria do TJ
disse que o pedido de informações foi respondido e encaminhado ao CNJ na sexta-feira passada. O tribunal do
Amapá não se manifestou
até a conclusão desta edição.
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