São Paulo, terça-feira, 07 de dezembro de 2010

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Alckmin e FHC se unem a Aécio para refundar PSDB

Governador eleito de SP diz que propostas do partido devem ser atualizadas

Senador eleito por MG defende que, até março, a sigla tenha programa com novas diretrizes para a política nacional

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

Senador eleito por Minas, Aécio Neves conseguiu ontem o apoio do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para seu projeto de "refundação do PSDB".
Líderes da sigla nos maiores colégios eleitorais do país, Alckmin e Aécio almoçaram ontem por cerca de uma hora e meia na capital paulista para tratar do tema.
Já a conversa com FHC aconteceu à noite, na casa do ex-presidente, e durou cerca de uma hora.
Na saída do encontro com Aécio, Alckmin insinuou que as propostas do PSDB estão obsoletas e endossou a tese de que a sigla precisa passar por uma "reformulação".
"O partido foi fundado na década de 1980 e nós estamos em um outro momento. É importante atualizar o programa partidário e fazer uma oposição inteligente", disse Alckmin.
À noite, após encontro com Fernando Henrique, Aécio confirmou a adesão do ex-presidente ao projeto.
Segundo o mineiro, FHC coordenará a elaboração de um documento -símbolo das novas diretrizes do PSDB- a ser apresentado até junho, mês das convenções da legenda.
No texto serão defendidas, por exemplo, políticas específicas para o Nordeste, profissionalização do serviço público, agendas de sustentabilidade e revisão do pacto federativo.
Aécio começou a propagar a teoria de que a sigla precisa de uma "refundação" logo após a derrota de José Serra na eleição presidencial.
A tese encontrou resistência entre partidários do ex-governador de São Paulo, que enxergaram no discurso uma tentativa de isolar o tucano no partido.
Questionado ontem sobre a possível candidatura de Serra à presidência do partido, Aécio disse que, "a priori, ninguém pode ser vetado para nada" e que conta com o ex-governador para a "refundação" da sigla.

CARDÁPIO
No almoço, Alckmin e Aécio sentaram em uma mesa de canto, no salão principal de uma tradicional cantina italiana da capital paulista.
Deixando claro que se tratava de conversa privada, dispensaram assessores e almoçaram sozinhos.
O encontro foi acompanhado pela Folha. No restaurante, os dois pediram pescada amarela com molho. Os dois evitaram bebidas alcoólicas: tomaram água.
Durante o almoço, Alckmin atendeu a um telefonema do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) e, em seguida, passou o telefone a Aécio, amigo de Cabral.
Os três falaram sobre a prorrogação da Lei Kandir, que compensa os Estados por perdas de arrecadação nas exportações. O projeto está em tramitação na Câmara e é pleiteado pelos governadores eleitos.
Ao fim da refeição, Alckmin e Aécio tomaram café, posaram para fotos com garçons e deram entrevista.
Ainda em São Paulo, o político mineiro participou do programa "Roda Viva", da TV Cultura. Durante a gravação, voltou a defender a refundação. "As urnas nos deram um recado muito claro e não vamos errar", ressaltou.


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