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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Receita apura se dinheiro em casa tem origem lícita
Fiscais são orientados a multar quem não comprova a fonte dos recursos
Dilma afirma que ter recursos em espécie não é ilegal: "É uma escolha minha'; Quércia diz que dinheiro veio de lucros
LEONARDO SOUZA
DE BRASÍLIA
Contribuintes que declaram manter em casa somas
elevadas em espécie, como
Dilma Rousseff (PT) e Orestes
Quércia (PMDB), são alvos
preferenciais da Receita.
Os fiscais são orientados a
multar quem não comprova
a origem do dinheiro nessa
situação. A legislação prevê a
cobrança do Imposto de Renda não recolhido, mais multa
de até 150% sobre o tributo
devido e juros de mora.
Dilma informou ao TSE
possuir R$ 113 mil em dinheiro vivo. Questionada, a candidata disse se tratar de uma
escolha pessoal: "É uma escolha minha, não é ilegal".
Ela se confundiu sobre o valor: "Guardar esses R$ 110
milhões, digo, R$ 110 mil,
não tem nenhum problema."
Já Quércia, que declarou
guardar R$ 1,28 milhão, disse, por meio de sua assessoria, que parte do dinheiro se
refere a lucros recebidos de
suas empresas, depois investidos na compra de dólares.
A Receita informou que
manter dinheiro em espécie
não é crime, desde que comprovada a origem do recurso.
O fisco não informou seus
procedimentos em situações
suspeitas. Mas, no caso da
fiscalização da evolução patrimonial de pessoas físicas,
segundo a Folha apurou, as
regras são bem definidas.
Num exemplo hipotético,
o contribuinte informa ao fisco possuir R$ 200 mil em espécie. No ano seguinte, compra um imóvel por R$ 500
mil. Desse total, R$ 300 mil
vem da renda declarada e a
diferença, do dinheiro vivo.
Se não for comprovada a
origem da quantia em espécie, o auditor considera o valor como variação patrimonial a descoberto ou renda
não declarada. Assim, seria
aplicada alíquota de 27,5%
de IR, multa de 75% a 150%
(no caso de fraude) e juros.
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