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Arcebispo defende discussão sobre prática
DE SÃO PAULO
O arcebispo de São Paulo,
cardeal dom Odilo Pedro
Scherer, defendeu ontem a
discussão sobre o aborto como elemento importante da
campanha eleitoral e cobrou
dos candidatos "clareza e
coerência" sobre o tema.
Durante a entrevista coletiva de encerramento da 1ª
Semana Nacional da Vida (1º
a 7 de outubro), promovida
pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil),
d. Odilo afirmou que "essa é
uma das questões que o eleitor deve analisar ao votar".
Para d. Odilo, porém, esse
deve ser um dos temas a ser
levado em consideração pelo
eleitor, e não o único.
Dom Odilo afirmou ainda
que a entrada do aborto no
debate eleitoral indica que a
sociedade quer discutir o assunto. "Ou a vida humana
não merece atenção? (...) A
preocupação com a vida é
parte do jogo democrático."
Questionado sobre eventual orientação a votar em
Dilma Rousseff (PT) ou José
Serra (PSDB), o arcebispo de
São Paulo disse que a CNBB
não indica candidatos nem
partidos, apenas "critérios
para a escolha".
A CNBB é contra o aborto
em qualquer circunstância.
A legislação brasileira autoriza a prática em casos de estupro ou quando é necessário
para salvar a gestante.
Apesar da orientação geral
da CNBB, lideranças religiosas, como o bispo de Guarulhos, dom Luiz Gonzaga Bergonzini, pediram aos fiéis
que não votassem em Dilma
porque ela já defendeu a descriminalização do aborto.
Outras igrejas, sobretudo
as evangélicas, também disseminaram campanhas anti-Dilma por essa mesma razão.
Segundo dom Odilo, os
bispos católicos são livres e
não há previsão de punição
àqueles que pedirem votos a
algum candidato.
De olho no "voto religioso"
no segundo turno, Dilma tem
afirmado que é pessoalmente contrária à descriminalização do aborto, e o PT estuda
retirar o tema do seu programa partidário.
(UIRÁ MACHADO e PEDRO FONSECA)
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