|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Eleitores reprovam 75% dos candidatos "fichas-sujas"
Levantamento da Folha mostra que 51 barrados pela lei podem ocupar vagas se indeferimentos forem derrubados nos tribunais
ALINE PELLEGRINI
ELIDA OLIVEIRA
FILIPE MOTTA
FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO
Os eleitores de todo o país
reprovaram nas urnas 75%
dos candidatos enquadrados
na Lei da Ficha Limpa pela
Justiça Eleitoral.
Ao todo, 157 políticos considerados "fichas-sujas" não
conseguiram votos suficientes para serem titulares ou
suplentes de cargos caso
consigam derrubar nos tribunais as decisões que indeferiram suas candidaturas.
O levantamento feito pela
Folha em todos os Estados,
porém, mostra que 51 candidatos barrados com base na
lei tiveram sucesso nas urnas
e podem ocupar vagas ou serem suplentes se em última
instância a Justiça decidir
que a nova legislação não é
aplicável aos casos deles ou
é inconstitucional.
No dia das eleições, os 208
políticos que tinham candidaturas indeferidas pelos
TREs (Tribunais Regionais
Eleitorais) ou pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em
função da lei receberam 8,7
milhões de votos, mas eles
foram considerados nulos.
Entre os enquadrados como "fichas-sujas" que já perderam nas urnas estão o ex-senador Expedido Júnior
(PSDB-RO) e o ex-presidente
da Assembleia Legislativa do
Espírito Santo José Carlos
Gratz (PSL-ES).
Expedito foi o terceiro colocado na disputa pelo governo de Rondônia, que terá
segundo turno. Já Gratz obteve apenas 12 mil votos na briga por uma vaga no Senado
pelo Espírito Santo.
Aprovados
O Estado do Ceará foi o que
mais aprovou considerados
"fichas-sujas" nas eleições.
Nove candidatos nessa situação poderão recorrer à Justiça para tentar tomar posse,
após serem bem votados pelos cearenses.
Em São Paulo, sete políticos com candidaturas indeferidas pelo TRE por conta da
lei tiveram boas votações.
O mais bem-sucedido foi o
deputado federal Paulo Maluf (PP), que tenta a reeleição. Ele obteve a terceira colocação na preferência dos
paulistas, com 497 mil votos.
O colega de partido de Maluf e também candidato a deputado federal Beto Mansur
conseguiu 65 mil votos e está
na mesma situação.
Caso as votações deles sejam consideradas válidas, os
candidatos conseguirão cadeiras na Câmara e seus votos levarão a um aumento da
bancada do PP na Casa, de
dois para cinco deputados.
Isso ocorrerá porque o tamanho da bancada de cada
partido é definido com base
no número total de votos que
os candidatos da legenda
conseguiram nas eleições.
Outro que poderá buscar
na Justiça uma vaga para ser
representante dos paulistas
na Câmara é Francisco Rossi
(PMDB), escolhido por cerca
de 52 mil eleitores.
Quatro candidatos conseguiram votos suficientes para lutar no tribunais superiores por um posto na Assembleia Legislativa. São eles
João Carlos Caramez (PSDB),
Luciano Batista (PSB), José
Roberto Tricoli (PV) e Antonio Dirceu Dalben (PPS).
Os campeões de votos entre os enquadrados na lei foram Jader Barbalho (PMDB),
com 1,8 milhão de votos ao
Senado pelo Pará, e o concorrente direto dele, Paulo Rocha (PT), escolhido por 1,7
milhão de eleitores. Eles devem recorrer ao STF para lutar pela vaga no Congresso.
Texto Anterior: Dilma é campeã de votos em locais com mais Bolsa Família Próximo Texto: SP antecipa feriado após pressão de tucanos Índice | Comunicar Erros
|