São Paulo, sábado, 08 de outubro de 2011 |
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ANÁLISE Estratégia do BC depende cada vez mais da deterioração do cenário internacional ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO O que era uma aposta vai se tornando um imperativo. O Banco Central depende, cada vez mais, de uma deterioração da economia global forte o bastante para derrubar a inflação doméstica para a meta perseguida de 4,5% em 2012. Quando reduziu a taxa de juros de 12,5% para 12% no fim de agosto, o BC apontou uma esperada piora do cenário internacional como motivo para sua expectativa de queda da inflação no país. Acertou que a crise lá fora se tornaria mais feia. Depois disso, os problemas na Europa se acentuaram e a recuperação nos EUA dá sinais de que continuará anêmica. A própria economia brasileira revela indicadores de fadiga. A indústria está às voltas com estoques altos que têm contribuído para a queda no ritmo de produção. E o consumo, até então bastião da fortaleza da economia, também começa a se desacelerar. Ontem, a FecomercioSP divulgou uma nota cujo título era "Dia das Crianças não será de festa". A explicação: a federação espera que, na melhor das hipóteses, o varejo vá faturar 2% a mais do que em 2010. O ganho é modesto se comparado às altas taxas dos últimos anos. Mas, mesmo nesse contexto, a inflação continua elevada. Isso se explica, em parte, porque o mercado de trabalho segue aquecido. Pode não estar se expandindo no ritmo acelerado de meses anteriores, mas ainda cresce. Falta mão de obra qualificada no país, o que faz empresários pensarem duas vezes antes de demitir. Além disso, o aumento do salário mínimo contratado para 2012 pode ajudar a dar um impulso ao consumo. Tudo indica que a economia continuará em desaceleração, mas o BC parece depender de uma freada mais forte para que a inflação recue para a meta. Texto Anterior: Inflação volta a subir e realimenta dúvidas sobre Banco Central Próximo Texto: Para evitar licitação rigorosa, deputados limitam emendas Índice | Comunicar Erros |
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