São Paulo, sábado, 09 de julho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Revolução de 1932 está no Acervo Folha

90 anos
Site do jornal na internet contém a íntegra dos textos publicados sobre o último grande conflito armado no país

A "Folha da Manhã" e a "Folha da Noite", jornais que depois se uniriam na Folha, deram apoio aos constitucionalistas


DE SÃO PAULO

Último grande conflito armado em território brasileiro, a Revolução Constitucionalista de 1932, cuja eclosão completa 79 anos hoje, foi coberta com entusiasmo por "Folha da Manhã" e "Folha da Noite", dois dos três jornais que se uniriam em 1960 para formar a Folha.
Essa adesão pode ser vista nas primeiras páginas do turbulento período de julho a outubro de 1932. Todas estão no Acervo Folha (acervo.folha.com.br), site que traz a íntegra dos textos do jornal desde 1921.
Hoje historiadores contestam o uso de "revolução" para descrever o movimento e veem nele uma reação da elite paulista à perda do poder que exercera na República Velha, encerrada com o golpe que, em 1930, levou Getúlio Vargas à Presidência.
Ao mesmo tempo, porém, eles julgam que a ação, mesmo derrotada, foi democratizante: resultou na eleição de Assembleia Constituinte em 1933 e, a partir de 1934, numa nova Constituição, principal reivindicação dos rebeldes.
A insatisfação com Vargas transformou-se em conflito aberto em 23 de maio de 1932 -data que depois batizaria uma das principais avenidas da capital paulista. Nesse dia, após comícios no centro da cidade, houve choques violentos entre críticos e partidários do governo federal.
A contracapa da "Folha da Manhã" de 24/5 citava a morte de três jovens oposicionistas: Miragaia, Martins e Camargo. No dia 28, também morreria o adolescente Dráusio Marcondes de Souza, 14. As iniciais dos quatro batizariam o M.M.D.C., movimento que visava derrubar Vargas.
Em 10/7, o jornal anunciava que havia "estalado" na madrugada "amplo movimento pela reconstitucionalização". Era a revolta contra o governo, liderada por militares como o general Isidoro Dias Lopes e o coronel Euclides Figueiredo, pai do futuro presidente João Figueiredo.
Nas semanas seguintes, a "Folha da Manhã" e a "Folha da Noite" assumiriam o discurso dos revoltosos. Ambos os jornais se empenharam em contestar as "mentiras da ditadura" -caráter que a gestão Vargas viria a assumir em 1937, com o Estado Novo- e em estimular a adesão dos leitores à causa constitucionalista.
Ao longo de julho, as reportagens da "Folha da Manhã" falavam em "marcha triunfal" (12/7) e "gloriosas horas de civismo" (13/7). Em meados de setembro, a vitória constitucionalista era tida como "inevitável" (15/9).
O panorama no front, porém, não correspondia a esse otimismo: os paulistas se renderam em 1/10, após quase três meses de guerra e um saldo oficial de 934 mortos.
Os principais líderes foram cassados e deportados. Os meses seguintes, porém, confirmaram a informação de que Vargas escolheria um civil paulista para governar o Estado, publicada pela "Folha da Manhã" em 7/10.
Em maio de 1933 foram feitas eleições para a Constituinte. E, em agosto daquele ano, Armando de Salles Oliveira, paulista e civil, assumiria o posto de interventor.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Treinamento: 51ª turma de jornalismo diário conclui curso com trabalho sobre Censo 2010
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.