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ANÁLISE ELEIÇÕES 2010
"Copa" política começa hoje, e rivais terão de abrir o jogo
Assim como no Mundial de futebol, definições eleitorais iniciam-se antes
Serra tem que definir
o nome que comporá,
como vice, sua chapa;
e Lula poderá entrar
em campo com mais
desenvoltura para
fazer campanha
para Dilma
LUIZ GUILHERME PIVA
ESPECIAL PARA A FOLHA
As normas eleitorais (lei nº
9.504/97 e resoluções do
TSE) autorizam a partir de
hoje as convenções partidárias para definir coligações e
candidatos. Elas ocorrem até
30 de junho, e até 5 de julho
os partidos devem pedir registro das candidaturas. PV,
PMDB, PSDB e PT farão convenções de hoje a domingo.
O período é coincidente
com o da Copa. Há quem
ache que em futebol tudo é
possível e que antes da Copa
as seleções têm chances
iguais. Também há quem
pense que só agora a campanha eleitoral principia.
Não é bem assim. A Copa
de 2010 teve início tão logo
terminou a de 2006, com a
formação das seleções e as
eliminatórias. Além disso,
num enfoque, digamos, estruturalista, apesar do imponderável, em todas as finais das 18 Copas já realizadas ao menos uma de quatro
seleções jogou : Alemanha,
Brasil, Argentina ou Itália.
A eleição brasileira de
2010 tampouco começa hoje.
Começou quando findou a de
2006. A consolidação de José
Serra e a construção de Dilma Roussef têm relação com
os processos econômicos e
políticos destes quatro anos
(estruturalistas recuariam
até 1994, quando o PT e o
PSDB debutaram em finais).
Mas, com a homologação
das candidaturas, aspectos
importantes mudarão na disputa eleitoral: Serra tem que
definir o nome que comporá,
como vice, sua chapa; e Lula
poderá entrar em campo com
desenvoltura para fazer campanha para Dilma.
Serra não conseguiu atrair
Aécio Neves para vice. Terá
agora que extrair um nome
capaz de gerar apoios e obter
avanços eleitorais, sobretudo em regiões, como o Nordeste e Minas Gerais, nas
quais tem índices menores
nas pesquisas. Se for bem sucedido, poderá manter o jogo
equilibrado mais tempo do
que o PT prevê.
Dilma cresce à medida em
que é identificada como o
presidente. Na pré-campanha, Lula indicou sua preferência, mas tomou uns cartões amarelos e recuou. Agora exporá sua vinculação. Isso poderá agravar o problema tático de Serra: atacar ou
ficar tocando a bola.
LUIZ GUILHERME PIVA é diretor da LCA Consultores
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