São Paulo, sexta-feira, 10 de setembro de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

PF chama filha e genro de Serra para depor

Depoimento de Veronica e Alexandre Bourgeois deve ser marcado para a semana que vem, em SP

Advogado afirma que concorda com decisão de chamar Veronica, porque sigilo foi violado com procuração falsa


Edson Silva/Folhapress
José Serra (PSDB) em São José do Rio Preto; na TV, tucano afirmou que quebras de sigilo são "crimes contra o Brasil"

JOSIAS DE SOUZA
DE BRASÍLIA

A Polícia Federal chamou ontem para depor Veronica Serra e o marido dela, Alexandre Bourgeois, filha e genro do presidenciável tucano José Serra.
Os dois serão ouvidos no inquérito que apura o caso da violação de sigilos fiscais na Receita. A data será marcada hoje. Não houve uma intimação formal. O comunicado foi feito verbalmente por um agente federal que esteve com o genro de Serra.
O casal acionou o advogado que os representará no inquérito, Sérgio Rosental. Ontem mesmo, ele marcou uma visita à Superintendência da PF, em São Paulo, hoje. Agendará para a próxima semana os depoimentos de Verônica e Bourgeois.
Antes, Rosental deseja folhear o processo. "É um direito, uma garantia legal", diz.
O advogado recebeu com naturalidade a convocação da filha de Serra. No caso dela, há uma procuração falsa em seu nome, usada para violar seu sigilo na agência da Receita em Santo André.
"A necessidade da oitiva da Veronica me parece evidente, porque a assinatura foi falsificada. Ela pode contribuir com a investigação."
Quanto ao genro do candidato, Rosental leva o pé atrás: "No caso dele não houve a utilização de qualquer documento falso", afirma.
"O sigilo do Alexandre foi violado da mesma forma que os daquelas mais de 2.000 pessoas [2.949] que tiveram dados acessados em Mauá", afirma o advogado.
Acrescenta: "A convocação do Alexandre me faz crer que a PF efetivamente trabalha com a noção de que se trata de um crime com conotações político-partidárias".
Embora o advogado fale em "violação", a Receita diz que, diferentemente do que ocorreu com Veronica, apenas dados cadastrais do marido dela foram acessados.
O cadastro do contribuinte, alega a Receita, não inclui dados legalmente protegidos pelo sigilo fiscal.
O comitê da presidenciável petista Dilma Rousseff refuta a insinuação de que os malfeitos do fisco tenham ligação com a campanha.
O advogado de Veronica e Bourgeois insiste: "Só há um detalhe que diferencia o Alexandre dos demais contribuintes violados em Mauá: ele é genro do José Serra".
Afora o interesse em conhecer o conteúdo do inquérito da PF, a filha e o genro de Serra querem obter cópias do processo que corre na Corregedoria-Geral da Receita.


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