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Dilma quer evitar clima de crise no 1º debate
Equipe teme que mau desempenho hoje aumente pessimismo que marcou início da semana pós-primeiro turno
Cartilha para atrair voto perdido no fim do mês pede que petista fuja de tom radical sem passar imagem de fraqueza
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
A Dilma Rousseff do segundo turno tem de ser "firme, mas não arrogante", evitando que a "Rousseff" atropele a "Dilma".
É preciso também transmitir a mensagem de uma mulher preocupada com a "família brasileira".
As recomendações fazem
parte da cartilha da equipe
de Dilma e de aliados para os
debates, entrevistas e comícios do segundo turno contra
o tucano José Serra.
Há, porém, na base de
apoio da candidata, um temor de que se instale um clima de crise caso ela não se
saia bem no debate de hoje
na Band. O resultado do Datafolha foi considerado
"bom" pela equipe da candidata, que apesar da margem
percentual apertada, ressalta
que em votos válidos a diferença é positiva para Dilma.
Segundo um aliado, não
há motivos para crise nesse
momento, mas a situação pode mudar se perdurar o "pessimismo" que marcou o início da semana passada.
O presidente do partido e
um dos coordenadores da
campanha, José Eduardo Dutra, reconheceu que houve
frustração por causa da expectativa de vitória em 3 de
outubro. Reservadamente,
alguns assessores admitiram
um clima de "desânimo".
Na opinião de aliados, a
coordenação da campanha
de Dilma transformou a vitória em derrota, consumindo
os dias seguintes ao primeiro
turno com discussão de falhas e ouvindo críticas. Agora, dizem, o desafio é evitar
que o pessimismo "contamine" a militância.
Para isso, o PT foi mobilizado para atuar fortemente
nas bases. Aliados regionais
foram também acionados. O
partido programa para a próxima semana um grande
evento, em uma capital ainda não definida, para ser um
marco na mobilização do segundo turno.
Segundo um governador
aliado, apenas amanhã, pós-debate da Band e com base
no resultado das primeiras
pesquisas, será possível ter
uma "exata noção da realidade" e traçar estratégias reais
para a fase final.
Governadores dilmistas
creem na vitória, mas avaliam que pode ser mais difícil
do que o previsto, com tensões na campanha, caso o
desempenho inicial no segundo turno seja negativo.
Um deles teme que a tendência de queda na intenção
de voto do final do primeiro
turno não tenha sido interrompida. Segundo ele, uma
parcela do eleitorado está
"discutindo a relação" com a
petista e esse grupo pode estar influenciando outros.
A aposta é que esse eleitor
acabará voltando para Dilma. Em Belo Horizonte, na
semana passada, eleitores
chegaram a dizer à candidata
que votaram em Marina Silva
no primeiro turno, mas estavam dispostos a votar na petista no segundo turno.
Para atrair esse eleitorado,
a equipe de Dilma diz que ela
não pode adotar um tom radical nesse segundo turno,
fugindo da pecha de arrogante e destemperada, sem
passar, porém, a imagem de
fraca e insegura.
Para afastar qualquer risco
de crise, será fundamental
também, segundo assessores
e aliados, manter a qualidade dos programas de TV do
primeiro turno. Defendem,
porém, maior participação
de políticos e cenas da candidata com eleitores nas ruas.
Pouco ouvidos no primeiro turno, aliados regionais
criticaram o que classificaram de despolitização da
campanha na TV. O ajuste já
começou a ser feito na sexta-feira, quando vários recém-eleitos apareceram pedindo
voto para a candidata.
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