São Paulo, terça-feira, 11 de outubro de 2011

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Promotoria abre investigação sobre Palocci

Ministério Público apura suspeita de lavagem de dinheiro; ex-ministro nega irregularidade em aluguel de apartamento

Promotor confirma que imóvel tem entre os seus proprietários um réu em vários processos por crimes tributários

DE SÃO PAULO

O ex-ministro Antonio Palocci é alvo desde o dia 29 de uma investigação criminal que apura a suspeita de seu envolvimento em uma operação de lavagem de dinheiro no aluguel do apartamento em que ele morava na zona sul de São Paulo.
O procedimento do Ministério Público de São Paulo foi iniciado depois da análise de documentos fornecidos pela Junta Comercial do Estado e cartórios de imóveis.
A documentação foi solicitada depois que o Gedec (Grupo Especial de Delitos Econômicos) do Ministério Público de São Paulo recebeu, em junho, uma representação do deputado estadual Pedro Tobias (PSDB-SP) com suspeitas contra o ex-ministro da Casa Civil do governo Dilma.
A petição reproduziu um texto da revista "Veja" que apontou que os donos do imóvel ocupado à época pelo ex-ministro, avaliado em R$ 4 milhões, teriam participado de operações financeiras na condição de laranjas.
Após uma verificação preliminar, o Gedec confirmou que o apartamento onde Palocci morou até julho tem como um de seus proprietários o comerciante Gesmo Siqueira dos Santos.
Siqueira é réu em diversos processos criminais relativos a fraudes e crimes tributários.
Segundo o promotor Joel Carlos Moreira da Silveira, um dos três integrantes do Gedec na capital, a apuração sobre os documentos ainda prossegue, mas não há data para que Palocci seja ouvido.

INVESTIGAÇÃO FEDERAL
Silveira diz que o procedimento aberto em setembro pela Promotoria estadual não tem ligação com as apurações em curso no Ministério Público Federal, em Brasília.
O promotor afirma que a investigação em São Paulo é específica para averiguar supostos crimes de lavagem de dinheiro, e posteriormente poderá ocorrer o compartilhamento de informações com a Procuradoria no DF.
Palocci deixou o governo após a crise deflagrada pela revelação da Folha de que seu patrimônio havia aumentado 20 vezes em quatro anos.
O jornal também mostrou que o ex-ministro havia faturado R$ 20 milhões por meio de sua empresa de consultoria quando era um dos coordenadores de campanha da presidente Dilma Rousseff.
Sem citar nomes dos clientes, Palocci saiu do governo em junho. (FLÁVIO FERREIRA)


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