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PRESIDENTE 40
ELEIÇÕES 2010
Filho de sucessora de Dilma teria feito lobby
Diretor dos Correios e consultor confirmam que Israel, filho de Erenice Guerra, intermediou negócios com estatal
Revista "Veja" apontou empresa da qual é sócio outro filho da ministra como intermediadora de empresas no governo
DE BRASÍLIA
O diretor de Operações dos
Correios, Artur Rodrigues da
Silva, e o consultor Fabio Baracat apontaram ontem à Folha o filho da ministra-chefe
da Casa Civil, Erenice Guerra, como intermediador de
negociações e contratos entre uma empresa privada e o
governo federal.
Erenice sucedeu a candidata do PT à Presidência,
Dilma Rousseff, de quem era
o braço direito na pasta.
Reportagem da revista
"Veja" desta semana mostra
que Israel Guerra e a empresa Capital Assessoria e Consultoria Empresarial, à qual
é ligado, fizeram lobby para
ajudar a MTA Linhas Aéreas
a obter a renovação de uma
concessão da Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil)
que permitiu, mais tarde, um
contrato em condições privilegiadas com os Correios.
A revista diz que foi Erenice quem viabilizou o sucesso
da atuação do filho. Segundo a reportagem, o dinheiro
pago na intermediação teria
sido citado pela ministra como necessário para cumprir
"compromissos políticos".
Em nota oficial, Erenice
classificou a reportagem de
"caluniosa", mas o envolvimento de Israel foi confirmado à Folha por dois participantes das negociações com
a Anac e os Correios.
Rodrigues Silva disse que
a Capital foi contratada pela
MTA (Master Top Linhas Aéreas) no final do ano para
apressar a liberação de seus
voos pela Anac.
Segundo a Junta Comercial de Brasília, a Capital está
registrada em nome de Saulo
Guerra, outro filho de Erenice, e de Sônia Castro, mãe de
Vinícius Castro, assessor da
Casa Civil. A "Veja" afirma
que os donos são "laranjas"
de Israel e Vinícius.
Representante da MTA na
época, Baracat diz que era
com Israel que os entendimentos eram travados. O filho de Erenice, segundo ele,
receberia remuneração se a
operação tivesse sucesso.
"Durante o período em
que atuei na defesa dos interesses comerciais da MTA,
conheci Israel Guerra, como
profissional que atuava na
organização da documentação da empresa para participar de licitações, cuja remuneração previa percentual
sobre eventual êxito, o qual
repita-se, não era garantido", disse Baracat à Folha.
No início do, a MTA fechou
contrato sem licitação de R$
19,6 milhões com os Correios
para transporte de carga.
Baracat disse ter conhecido Erenice, mas negou ter
discutido negócios com ela.
Segundo a "Veja", eles teriam se encontrado quatro
vezes para negociar os interesses da MTA.
Dilma Rousseff e José Serra (PSDB) comentaram ontem a denúncia de lobby na
Casa Civil. Em Goiânia, Serra
disse que o ministério virou
um "centro de esculhambação" desde que era comandado por José Dirceu.
Dilma defendeu Erenice e
disse que a acusação faz parte de uma tentativa da oposição de achar uma "bala de
prata" para atingi-la.
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