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FOCO
Plínio esnoba encontro da esquerda e irrita adversários
BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
Principal crítico de Dilma
Rousseff (PT) por sua ausência em debates, o presidenciável Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) acaba de virar vidraça pelo mesmo motivo.
Ele avisou que não deve
participar do encontro dos
candidatos de esquerda que
será transmitido via internet
pelo jornal "Brasil de Fato",
no próximo dia 21.
O "bolo" anunciado irritou
outros três nanicos que, ao
contrário de Plínio, não são
convidados para os debates
com os favoritos na TV.
"Parece que ele está se
sentindo na primeira divisão,
né? Logo ele, que vive reclamando por ser excluído pela
grande mídia...", ironiza
Ivan Pinheiro (PCB).
Para Rui Costa Pimenta
(PCO), a decisão é sinal de
"deslumbramento" e "frouxidão ideológica" do rival.
"O PSOL é um partido muito contraditório, com tendência a se aproximar do sistemão. Eles acham que pertencem ao esquema eleitoral,
mas é só ilusão", sentencia.
Mais diplomático, Zé Maria (PSTU) diz que prefere esperar um anúncio oficial,
mas não esconde a surpresa
com a atitude do oponente.
"O Plínio tem criticado
tanto a desigualdade do processo eleitoral... Será lamentável se ele não for mesmo."
Os quatro candidatos aparecem nas pesquisas com
menos de 1% das intenções
de voto. A lei eleitoral só garante Plínio nos debates da
TV porque seu partido elegeu
deputados em 2006.
AGENDA LOTADA
O PSOL faltou à reunião
que definiu o modelo do encontro, na quarta-feira. Segundo a assessoria de Plínio,
ele não deve comparecer por
problemas de agenda.
O debate do "Brasil de Fato" será o primeiro para políticos que já disputam o Planalto há muito tempo, mas
nunca ficaram cara a cara
com os adversários.
"Vamos abrir uma brecha
na ditadura que se estabeleceu nas eleições", anima-se
Pimenta, candidato à Presidência desde 2002.
O jornal "Causa Operária",
do PCO, traz na capa atual as
fotos dos quatro candidatos,
com um ponto de interrogação sobre o rosto de Plínio.
O encontro terá regras rígidas para evitar que a arena
pegue fogo, numa competição para ver quem é mais radical. Não haverá sequer perguntas entre candidatos: todos responderão às mesmas
questões de um mediador.
"Não queremos alimentar
briga ou cizânia na esquerda", justifica Cristiano Navarro, do "Brasil de Fato".
O jornal chamou Dilma
Rousseff (PT) e Marina Silva
(PV), mas nem esperou as
respostas. José Serra (PSDB),
José Maria Eymael (PSDB) e
Levy Fidelix (PRTB) não foram convidados por serem
considerados "de direita".
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