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Dilma pensa em "desidratar" Casa Civil
Ganha força na equipe de transição desenho em que pasta teria perfil técnico e gestão do PAC seria transferida
Se programa for para o
Planejamento, Miriam Belchior é mais cotada; eleita diz que não quer
ter "superministério"
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
A presidente eleita Dilma
Rousseff cogita desidratar o
ministério mais importante
da Esplanada, a Casa Civil, e
transferir parte de suas funções para outras áreas. Uma
das possibilidades discutidas na equipe de transição é
tirar de lá o Programa de Aceleração do Crescimento.
Há três destinos possíveis
para o PAC caso a petista opte mesmo por esse desenho:
passá-lo para o Ministério do
Planejamento, levá-lo para a
Secretaria-Geral da Presidência ou dividir a gestão e o
acompanhamento do programa entre a Casa Civil e a
Presidência da República.
A proposta de reduzir o tamanho da Casa Civil vem
sendo estudada desde a campanha eleitoral. Nos últimos
dias, porém, ganhou forte
apoio entre os integrantes do
grupo de transição.
Para Dilma, a Casa Civil
tem hoje inúmeras atribuições executivas e outras prerrogativas de pouca ou nenhuma afinidade com a função original da pasta. Ela
própria já repetiu mais de
uma vez em reuniões que
não quer um superministério, nem um superministro.
A hipertrofia da Casa Civil
começou com a nomeação de
José Dirceu em 2003. Naquela ocasião, o petista acumulou tarefas e transformou-se
em uma espécie de primeiro-ministro, até ser derrubado
pelo escândalo do mensalão.
Substituta de Dirceu no
cargo em 2005 e depois escolhida por Lula para sucedê-lo, Dilma acabou beneficiada
pelo poder da cadeira que
agora cogita diminuir.
A petista deixou Minas e
Energia naquele ano para se
tornar a gerente do governo e
líder do PAC. Durante as eleições, a Casa Civil foi chamada na propaganda do PT de
"segundo posto mais importante da República".
Na avaliação de pessoas
que acompanham as discussões sobre a dança de cadeiras na Esplanada, a ida do
PAC para o Planejamento
significaria reforçar o nome
de Miriam Belchior para assumir a vaga, hoje ocupada
por Paulo Bernardo.
Sua indicação atenderia a
três requisitos: é mulher, já
coordena o PAC e Lula sempre quis tê-la no primeiro escalão. O presidente só não
nomeou Miriam para substituir Dilma porque esta indicou Erenice Guerra.
Conferir um contorno estritamente técnico à Casa Civil teria, inicialmente, outra
consequência: a nomeação
de um titular com esse perfil.
Ocorre que, mesmo nesse
desenho, Antonio Palocci
ainda se interessa pelo cargo.
Outra possibilidade para a
vaga é Maria das Graças Foster, diretora da Petrobras.
Dilma voltará da viagem à
Coreia do Sul amanhã. Ela
desembarca em São Paulo,
onde se reunirá com seus
coordenadores Antonio Palocci, José Eduardo Dutra e
José Eduardo Cardozo.
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