São Paulo, domingo, 13 de março de 2011 |
Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros
cotidiano em cima da hora Ciclistas realizam "Pedalada Pelada" em SP Ontem à noite, 50 pessoas ignoraram tempo feio e tiraram a roupa para andar de bicicleta pelas ruas da cidade Ideia do movimento é reivindicar melhores condições para o uso das bicicletas no trânsito das metrópoles DE SÃO PAULO Um grupo de ciclistas desafiou o tempo feio e até um certo frio (ontem à noite fazia 22°C) para participar da quarta edição da Pedalada Pelada, versão nacional da World Naked Bike Ride, em plena avenida Paulista, na região central de São Paulo. A ordem do movimento internacional, que acontece em diversas cidades ao redor do mundo, é fazer os manifestantes tirarem a roupa para protestar contra a "inviabilidade" dos ciclistas no trânsito das metrópoles. Na edição do ano passado, pelo menos quatro ciclistas foram detidos. Dois chegaram a ser levados para a delegacia e foram autuados por ato obsceno. Segundo estimativas da Polícia Militar, 80 pessoas participaram do ato em 2010. Até o início do evento deste ano, porém, não havia registro de tumulto. Em meio à comoção pelo atropelamento de 16 ciclistas em Porto Alegre, a pedalada paulistana deste ano abriu espaço para o debate sobre a relação dos motoristas com os usuários de bicicleta. "Vim protestar contra a hegemonia do carro e a fragilidade do ciclista e do pedestre", disse o cientista político Danilo Medeiros, 23, que chegou para a concentração do evento já sem camisa. Ele pretendia ficar de cueca, mas disse estar disposto a tirá-la caso "a turma se animasse". A antropóloga Ana Paula Badue, 23, também estava disposta a ficar de calcinha e sutiã. "Não somos vistos no trânsito. Talvez sem roupa sejamos". Ela achou lamentável o episódio em Porto Alegre, mas disse que vê desrespeito todos os dias. CONCENTRAÇÃO A partir das 18h de ontem, começou a concentração na praça do Ciclista (entre a Paulista e a Consolação). O início aconteceu às 20h. Muitos chegaram vestidos, mas com o crescimento do grupo, decidiram tirar toda a roupa ou pintar os corpos. Por volta das 19h30, eram 50 pessoas, entre elas Federica Fochesato, 35, que levou uma placa com a frase: "Bike, prazer entre as pernas". Segundo ela, é um recado para motoristas estressados. Federica saiu de short e top, mas disse que tudo poderia acontecer no percurso. O World Naked Bike Ride é um movimento pacífico para reivindicar melhores condições para o uso das bicicletas. Até o fechamento desta edição, a polícia não estava presente no evento. Texto Anterior: Foco: Aluno inspira promotor a apurar desaparecimentos na ditadura Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |