São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2010

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Candidatos "esquecem" suas propostas

Focados em criticar e rebater rivais, presidenciáveis ignoram temas como segurança pública

Educação e saúde, dois assuntos que inquietam os eleitores, acabaram sendo abordados só de forma superficial

DE SÃO PAULO

Concentrados nas trocas de acusações e insultos, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) protagonizaram um debate pobre em termos de propostas de governo.
A segurança pública, por exemplo, que sempre figura nas pesquisas de opinião entre os temas que mais preocupam os eleitores, foi ignorada pelos candidatos no debate Folha/RedeTV!.
No último bloco, Serra só pronunciou a palavra "segurança", sem expor projetos.
Dilma citou pelo menos 20 números, entre investimentos financeiros e populações beneficiadas. Quase todos, entretanto, referiam-se a programas executados pelo presidente Lula, não a projetos que ela pretende implementar caso seja eleita.
Educação e saúde, outros temas que inquietam os eleitores, foram abordados superficialmente.
Dilma defendeu que os gastos do governo federal com educação sejam obrigatoriamente de ao menos 7% do PIB (produto interno bruto). Falou da ampliação de escolas técnicas e universidades federais com Lula.
Ela abordou o tema educação após ser questionada por Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), que chamou as escolas públicas de "lixo".
O assunto saúde também foi colocado em pauta por uma pergunta de Plínio. Serra respondeu que pretende regulamentar a emenda 29, o trecho da Constituição que fixa os valores mínimos que União, Estados e prefeituras devem investir na saúde.
A regulamentação da emenda 29 se arrasta há anos no Congresso. Sem a regulamentação, o poder público tem incluído na conta da saúde gastos que não possuem relação direta com o SUS.
"Eu mesmo, quando era ministro da Saúde, articulei com o Congresso a sua aprovação. O governo Lula não deixou que fosse votada", afirmou Serra.
A candidata Marina Silva (PV), por sua vez, prometeu apoiar a reforma agrária e a agricultura familiar. "O extrativista não tem sido levado em conta nos programas de reforma agrária", criticou.

PROPOSTAS ACEITAS
Questionada por seus adversários, Dilma reconheceu duas propostas deles como necessárias. "Acho importante reduzir o imposto sobre o saneamento", concordou ela, depois de Serra defender a redução desse imposto.
Em seguida, Dilma ouviu Marina sugerir uma medida para coibir o vazamento de informações fiscais sigilosas: todo acesso a esses dados deveria ser justificado, registrado e avisado à pessoa a quem os dados se referem.
"As medidas que você propõe são bem razoáveis", disse a candidata do PT.
Também foram abordadas questões como as relações com o Irã, mudanças climáticas, habitação, o Bolsa Família e economia -sempre de forma superficial.
"Precisamos de um segundo turno para que se debata com profundidade os temas que interessam ao Brasil", disse Marina ao despedir-se do debate.


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