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Braço da CNBB distribui panfleto anti-Dilma a fiéis
Documento, que circulou em SP e MG, atribui posições pró-aborto ao PT
Entidade diz que suas regionais não estão autorizadas a falar em nome da cúpula, que não vetou candidatos
BRENO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A APARECIDA (SP)
RODRIGO VIZEU
DE BELO HORIZONTE
Um panfleto assinado por
um braço da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do
Brasil) recomendando que
fiéis contrários à legalização
do aborto não votem no PT
foi distribuído ontem, em
Aparecida (SP) e Contagem
(MG), antes e durante missas
em homenagem ao Dia de
Nossa Senhora Aparecida.
O documento atribui posições pró-aborto ao PT, ao governo federal e, apesar de
não citá-los nominalmente,
ao presidente Lula e à presidenciável Dilma Rousseff.
Trata-se do mesmo panfleto que já havia circulado entre fiéis durante o primeiro
turno e no dia das eleições.
O texto é assinado pelos
bispos da Regional Sul 1 da
Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil, responsável
pelo Estado de São Paulo.
A seção é presidida pelo
bispo de Santo André (SP),
dom Nelson Westrupp. O
conteúdo do panfleto também está publicado no site
da regional da CNBB.
Cerca de 150 mil pessoas
estiveram ontem em Aparecida. Em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, cerca de 6.000 pessoas
acompanharam a missa solene, pela manhã.
A posição dos candidatos
a presidente em relação ao
aborto virou um dos temas
principais da campanha,
pautando debates entre Dilma Rousseff e José Serra
(PSDB) e os programas de TV
dos candidatos.
O panfleto, datado de 26
de agosto, diz que Lula e Dilma assinaram o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos,
"no qual se reafirmou a descriminalização do aborto".
A defesa da legalização é
chamada de "política antinatalista de controle populacional, desumana, antissocial e
contrária ao verdadeiro progresso do país".
O texto afirma ainda que,
no mesmo congresso em que
deu "apoio incondicional"
ao plano, o PT aclamou Dilma como candidata.
Ao fim, o panfleto recomenda que os brasileiros
"deem seu voto somente a
candidatos ou candidatas e
partidos contrários à descriminalização do aborto".
Em Aparecida, policiais
militares foram orientados a
coibir qualquer tipo de panfletagem ao redor da Basílica
de Nossa Senhora Aparecida.
Do lado de fora, no entanto, o
documento era distribuído livremente.
"APENAS CATÓLICOS"
Em Contagem, os quatro
homens que distribuíram os
papéis negaram receber dinheiro ou ter ligação com
partidos ou grupos religiosos
específicos, definindo-se como "apenas católicos".
A CNBB divulgou uma nota oficial, em 16 de setembro,
quando os primeiros panfletos foram distribuídos, afirmando que somente sua Assembleia Geral pode falar em
nome da entidade.
No último dia 8, a nota foi
reiterada, em que "desautoriza qualquer decisão contrária à da Assembleia Geral,
que não vetou candidatos ou
partidos".
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