DO ENVIADO A SEUL - A presidente eleita Dilma Rousseff disse ontem que será "inexorável" se acostumar com o aparato presidencial e que cumprirá o mandato "a bom termo".
"Eu me acostumo com esse aparato porque é inexorável. Mas, como ministra, a vida também não era muito normal, não", disse Dilma pela manhã em Seul (11 horas a mais do que Brasília), antes de ir à cúpula do G20.
"Penso todo dia quando eu acordo que tenho de desempenhar esse papel para o qual fui eleita", disse, em rápida entrevista a jornalistas brasileiros.
Questionada se é mais difícil a formação do governo ou resolver os problemas reais da nação, disse que, "sem dúvida, resolver os problemas reais da nação".
Na primeira viagem ao exterior após eleita, Dilma acompanhou o presidente Lula durante toda a programação oficial do G20, mas não fez pronunciamentos oficiais.

DESPEDIDA
Já Lula aproveitou a sua participação no G20 para uma espécie de comício de encerramento de sua Presidência. Foi a quinta e última cúpula de que ele participou. "Sentiremos sua falta", disse o anfitrião, o presidente sul-coreano Lee Myung-Bak.
"O Brasil vive seu melhor momento desde 1961", disse, para depois entrar no bordão da "herança maldita", cunhado pelo então chefe da Casa Civil, José Dirceu, e usado recorrentemente depois.
Disse Lula: "Dilma não vai fazer nenhum discurso dizendo que recebeu uma herança maldita porque ela ajudou a construir tudo o que nós construímos".
Até o presidente dos EUA, Barack Obama, foi contemplado com a sua própria herança maldita: "Obama recebeu herança maldita, que foi uma crise financeira sem precedentes", disse Lula.
Só o final foi dedicado ao temário do G20: "Companheiros, não existe nenhuma possibilidade de não compreendermos que não existem mais decisões unilaterais na economia mundial".
O presidente e Dilma embarcam de volta hoje à tarde (manhã em Brasília).


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