São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

Controle de danos

Na madrugada de quinta para sexta, perto das 4h, começou a tragédia e os canais globais de notícias, da CNN à Al Jazeera, passaram a retransmitir a estatal NHK World. E o noticiário apelou à agência Kyodo. Imagens e informações seguiram a versão ao menos até sábado, quando a explosão da usina levou ao questionamento da narrativa oficial e ao surgimento dos corpos, na cobertura de outras agências.
O "New York Times", que na sexta havia destacado como as "Normas estritas do Japão salvaram vidas" no país "mais preparado do mundo para terremotos", fechou o domingo questionando como as "Muralhas marítimas de concreto não deram segurança" -e já admitindo "Derretimento parcial de reatores".

 


Ainda na sexta, subiu o iene, a moeda japonesa, o que levou um analista do canal financeiro CNBC a afirmar, horrivelmente, que "o custo humano parece ser muito pior que o custo econômico e nós temos que agradecer por isso". Depois ele se desculpou.
E ontem o "Wall Street Journal" já ressaltava que "investidores estão desconfiando do vigor recente do iene", que deve enfrentar pressão a partir de hoje. Também para hoje, "Mercado de energia se abraça para choque", na chamada do "Financial Times".

EUA, ACIONISTA MINORITÁRIO
No final do ano, o ex-chanceler Celso Amorim falou a Eliane Cantanhêde: "Nosso saldo com a China deve chegar a US$ 7 bilhões, enquanto temos deficit de US$ 5 bi com os EUA. Vamos convir que a China não é o grande problema". Na edição do fim de semana do "Valor" , um diretor da Fiesp ecoou que "o pior deficit do Brasil é com os EUA" _e fechou 2010 em US$ 8 bilhões, o quinto maior superavit americano.
Mas ontem o presidente da instituição Inter-American Dialogue, Peter Hakim, avisou no "Miami Herald" que a visita de Obama não deve resultar em nada além de "avanço modesto". E que "só uma coisa pode elevar dramaticamente seu significado: o apoio sem ambiguidade ao Brasil para o Conselho de Segurança".
Ao fundo, debate amanhã na Brookings, também de Washington, vai tratar da "influência de Brasil, Rússia, Índia e China, um fato central da geopolítica". E lançar o livro "Acionista Minoritário da Ordem Global: O Equilíbrio em Mudança e os EUA".

blogs.cfr.org/oneil
OCASIÃO
O CFR lançou o blog de Shannon O'Neil dizendo ser "cada vez mais o momento da América Latina", mas prevendo que a visita de Obama não fará jus ao 50º aniversário da Aliança para o Progresso

Shannon
Lauro Jardim descreve na "Veja" como será o discurso de Obama "a céu aberto no Rio, para 500 vips e 50 supervips", além de "outros 2.000 convidados ilustres, mas menos vips", domingo que vem.
Na "CartaCapital", Marina Amaral e Natalia Viana, da agência Pública, detalham a relação Brasil-EUA revelada pelo WikiLeaks e sublinham a boa fase com o embaixador Thomas Shannon.
Antes, na "Foreign Policy", David Rothkopf defendeu separar o Brasil do "gueto latino-americano" na política externa dos EUA, passando a ter o status diferenciado de China e Índia.

Valenzuela
Na última semana, uma nova série de despachos do WikiLeaks, divulgados por blogs, revelou os encontros do subsecretário para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Defesa dos EUA, Arturo Valenzuela, com políticos da oposição, para tratar da campanha presidencial do ano passado.
Na tradução de Natália Viana e Marcus Lacerda, no blog do próprio WikiLeaks, o despacho afirma, sobre uma reunião de Valenzuela com José Serra, que este "sugeriu que como presidente iria pressionar por uma política externa mais alinhada com os Estados Unidos".

english.aljazeera.net
LULA LÁ
Na home, com íntegra do vídeo e transcrição, o discurso sublinhou sua recusa do terceiro mandato -e que, assim como uma só pessoa não pode dominar um país, um só país não pode dominar o mundo

LÍBIA, NÃO. BAHREIN
Em despacho da France Presse, "A bordo de um avião militar dos EUA", o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, voltou a resistir ontem à "zona de exclusão aérea" apoiada por parte do governo americano para a Líbia. Não seria "inteligente", declarou.
Ele atravessou o fim de semana longe da Líbia, no Bahrein, com cobertura extensa e destaque no "WSJ", mas não no "NYT". Em meio aos protestos, que "reemergiram" na sexta, afirmou que as reformas prometidas pela monarquia são "insuficientes".

Leia as colunas anteriores
@ - Nelson de Sá


Leia mais, pela manhã, em www.todamidia.folha.blog.uol.com.br


Texto Anterior: Imprensa: Senado realiza hoje sessão especial para celebrar aniversário da Folha
Próximo Texto: Palestra: Em evento no Qatar, Lula diz que Brasil é modelo para o Oriente Médio
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.