São Paulo, segunda-feira, 14 de junho de 2010

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Marca registrada

Todo o empenho da campanha do PT na convenção de ontem esteve voltado para tentar consolidar a ideia de que Dilma Rousseff, se eleita, não será apenas a herdeira de um presidente com aprovação recorde. Ao construírem o evento em torno da questão de gênero, os petistas quiseram transmitir a mensagem de que, tanto quando a chegada de um ex-operário ao poder em 2002, a eventual vitória de uma mulher será inédita, e ela poderá imprimir uma marca tão forte quanto a do patrono de sua candidatura. Esse paralelo será martelado a todo momento nos próximos meses.



Script Lula zarpou do evento assim que Dilma encerrou sua fala para não dividir holofotes com a candidata. A petista cruzou diversas vezes o palco para tirar fotos e abraçar militantes.

Som na caixa A marchinha "Depois do cara a gente vota na coroa" não agradou à plateia, formada majoritariamente por mulheres. Diante das vaias, o jingle não voltou mais ao repertório.

Na pressão 1 O comando da campanha de Dilma sabe que ela teve menos exposição do que José Serra no "JN" de sábado pelo simples motivo de que a convenção do dia era a dele -ela prestigiou a de aliados.

Na pressão 2 Apesar disso, a grita foi generalizada, chegando até ao discurso de Lula. O objetivo é indicar que a campanha está, nas palavras de um coordenador, "marcando" a Rede Globo e a grande imprensa em geral.

Cortesia Pressionado pelo Planalto para aceitar a vice de Hélio Costa (PMDB) em Minas, Patrus Ananias recebeu uma referência explícita de Dilma no discurso, quando ela prometeu fortalecer o Bolsa Família se eleita.

Ferida Irado com a cúpula do partido que determinou o apoio forçado a Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão, Domingos Dutra (PT) desabafou com um petista de São Paulo: "O que fizeram conosco foi como obrigar o PT paulista a apoiar Maluf".

Lados A presença do vice-presidente do PP, Mário Negromonte (BA), na mesa da convenção do PT teve a bênção do presidente da sigla, Francisco Dornelles (RJ).

Telão A campanha de Dilma tenta organizar um convescote para que ela assista à estreia do Brasil na Copa, amanhã, com a comunidade brasileira em Paris. Rodízio Após o duro discurso contra Dilma e Lula na véspera, José Serra transferiu a tarefa aos aliados ontem no lançamento de Geraldo Alckmin (PSDB) ao governo paulista. O tucano apenas sugeriu os temas: confronto de biografias e corrupção.

Tintas Tucanos, entretanto, ficaram de cabelo em pé quando Orestes Quércia (PMDB-SP), candidato ao Senado, falou em "dar um sarrafo na moça do PT".

Urna O PMDB identificou mais votos de delegados gaúchos pela candidatura de Roberto Requião (PR) à Presidência do que do Estado dele, o Paraná. Pegou mal para Eliseu Padilha (RS), amigo do peito de Michel Temer.

Balcão Está em curso uma operação para tentar convencer Orlando Pessutti (PMDB) a desistir da candidatura ao governo do Paraná. Em troca, ele indicaria o vice de Osmar Dias (PDT).

Comando O governo abortou a ideia de liquidar a votação do pré-sal na Câmara na quarta. O motivo é que Temer estará na Europa.

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

TIROTEIO

"Serra disse que ele não caiu de paraquedas na campanha. Na verdade, ele está caindo sem paraquedas."


DO DEPUTADO CÂNDIDO VACCAREZZA (PT-SP), líder do governo na Câmara, ironizando a fala usada pelo tucano para alfinetar a adversária petista.

CONTRAPONTO

Morrendo de saudade

Já passava do meio-dia de sexta-feira quando o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) chegou à reunião do Diretório Nacional do PT, em Brasília. Cercado por repórteres, ele próprio fez questão de falar dos cuidados com a legislação eleitoral:
- Vocês notaram que eu só cheguei à reunião na hora do almoço?
E ainda emendou:
- Eu vim de táxi, viu? Aliás, tô igual a Angélica agora: só "vou de táxi".


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