São Paulo, terça-feira, 14 de setembro de 2010

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Lula agora quer "extirpar" o DEM da política brasileira

Petista diz que partido "alimenta ódio" e lamenta ter apoiado Luiz Henrique

Presidente afirma que a direita tentou e ainda tenta derrubar o seu governo; de bota, Dilma defende voto na mulher


ESTELITA HASS CARAZZAI
ENVIADA ESPECIAL A JOINVILLE (SC)

Em comício ontem à noite em Joinville ao lado da candidata Dilma Rousseff (PT), o presidente Lula afirmou que é preciso "extirpar" o DEM da política brasileira, pois é um partido que "alimenta ódio".
Lula se referia a uma frase dita em 2005 pelo então presidente do PFL (atual DEM), Jorge Bornhausen, durante o escândalo do mensalão. Ao falar do PT, ele comentou: "Estaremos livres dessa raça pelos próximos 30 anos".
Na época, petistas acusaram Bornhausen de racismo, o que o então senador negou.
No comício, Lula lamentou o apoio que deu ao governador de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB), na eleição de 2002: "Eu pensava que era para mudar. Mas ele trouxe de volta o DEM, que nós precisamos extirpar da política brasileira", disse.
Em Santa Catarina, o candidato ao governo Raimundo Colombo (DEM) lidera as pesquisas de intenção de voto. A senadora Ideli Salvatti (PT) está em terceiro lugar.
Como já ocorreu em outros comícios, coube a Lula o papel de rebater as acusações da oposição e as denúncias veiculadas na imprensa contra Dilma Rousseff. Segundo Lula, o povo é "seu próprio formador de opinião".

JOIO E TRIGO
"O povo consegue separar o joio do trigo, o que é verdade e o que é mentira", disse Lula. "Nós pensamos pela nossa cabeça e nós enxergamos pelos nossos olhos."
As declarações foram dadas após o presidente afirmar que a direita do país tentou e ainda tenta "derrubar" o seu governo.
Lula disse que não vai admitir que sua honra seja perdida "a troco de mentira ou de safadeza de quem quer que seja neste país".
Dilma, que falou durante breves 15 minutos e ficou sentada durante boa parte do discurso do presidente devido à torção que teve no pé, defendeu o voto numa mulher para governar o país.
"Eu não posso errar. Se uma mulher errar, eles vão falar (...) que mulher não pode ser presidente", disse.
A petista ainda pediu para que o público não votasse nos candidatos que representam o "atraso" e o "passado", fazendo menção ao partido que votou contra o Prouni -mais uma vez, o DEM.
Havia cartazes entre o público parabenizando a candidata pelo nascimento de seu neto, mas Dilma não mencionou esse fato em seu discurso. Este foi o primeiro comício da candidata após o nascimento da criança.


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