São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2011

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FOCO

Funcionários do BC enfrentam inflação do abacaxi e do pudim

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

Os integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária) fracassaram na tentativa de controlar o preço do pudim, da banana, da fatia de abacaxi, do café e do quilo do almoço servido nos arredores do prédio do Banco Central, em Brasília.
Os preços desses produtos nas barracas, nos cafés e restaurantes frequentados pelos servidores do BC explodiram e já estão afetando o bolso daqueles que, justamente, têm a missão de controlar a pressão inflacionária.
Os oito integrantes do Copom decidem, a cada seis semanas, se os juros irão subir ou não para controlar o consumo. Parte deles sempre é vista no local que aumentou o preço da xícara de café, em dezembro, de R$ 3,50 para R$ 4. Coincidência (ou não?), na reunião seguinte a taxa de juros subiu.
E o reajuste dos preços do café poderia ter sido maior, segundo Luciana Sturba, dona do estabelecimento.
Ela diz que o valor da saca quase dobrou, mas não houve repasse integral nem para ela nem para os clientes.
E não é só a cúpula da instituição que precisa lidar com a inflação. No quiosque de frutas a 50 metros do BC, os funcionários que levavam três bananas por R$ 1 agora só compram duas por esse preço. A fatia de abacaxi, sucesso absoluto de vendas no local, subiu de R$ 1,50 para R$ 2 no ano passado.
Fabiana Pereira, a dona do quiosque, encontrou uma alternativa para evitar um novo aumento da salada de frutas, que já subiu de R$ 4 para R$ 5. "A gente desistiu de algumas coisas que ficaram muito caras. E aproveitamos para trazer aquelas frutas que são da época e têm preço melhor", diz. enquanto reclama também da alta na conta de luz, de impostos etc.
Em um restaurante da região, os preços subiram em média 25% no começo do ano. Pratos executivos que antes eram vendidos por menos de R$ 20 custam agora quase R$ 25.
E o pudim de leite, outro sucesso das redondezas, aumentou de R$ 2,50 para R$ 5,50 -ou 120%- depois dos garçons ouvirem frequentemente clientes pedindo "aquela sobremesa [que era] barata".


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