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Lula diz que não dará reajuste eleitoral
Presidente afirma ter carinho pelos aposentados, mas que não se deixará seduzir por "qualquer extravagância'
Questionado sobre o projeto do pré-sal, Lula disse já ter se definido: "Vou fazer aquilo que
é melhor para o país"
RODRIGO VIZEU
ENVIADO ESPECIAL A QUELUZITO (MG)
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva disse que não
vai se deixar levar por "qualquer extravagância" ao decidir se vetará ou não o reajuste
de 7,7% aos aposentados que
ganham mais de um salário
mínimo, aprovado pelo Congresso Nacional. O prazo para a decisão é hoje.
"Não pensem que eu me
deixarei seduzir por qualquer extravagância que alguém queira fazer por conta
do processo eleitoral. Minha
cabeça não funciona assim.
A eleição é uma coisa passageira, e o Brasil não jogará fora no século 21 as oportunidades que jogou fora no século 20", disse Lula.
O presidente concedeu
uma entrevista após participar da inauguração de um
gasoduto da Petrobras no
município de Queluzito (131
km de Belo Horizonte).
Ao afirmar que não quer
estragar a relação que tem
com os aposentados, Lula
disse já ter tomado a decisão,
mas que só se pronunciará
hoje, depois de uma última
reunião com ministros.
Segundo Lula, o Brasil vive um momento bom e ele
não vai "estragá-lo".
"Todo mundo sabe o carinho que eu tenho pelos aposentados brasileiros. Eu vou
fazer aquilo que eu achar que
é melhor para o Brasil, para
os aposentados. Eu não vou
estragar minha relação com
os aposentados, não vou estragar minha relação com
ninguém", disse Lula.
PRÉ-SAL
Questionado se já definiu
se vetará as mudanças feitas
pelo Senado no projeto do
pré-sal, Lula disse já ter posição formada desde que o texto foi enviado à Câmara dos
Deputados. "Vou fazer aquilo que é melhor para o país",
declarou o presidente.
Lula não quis antecipar
posição sobre possível veto.
O presidente indicou, porém,
sua contrariedade com o projeto aprovado ao dizer que os
royalties não deveriam ser
discutidos em momento eleitoral porque "as pessoas deixam de discutir as coisas com
racionalidade".
"Quando chegar à minha
mesa, eu chamo as pessoas
que têm que dar parecer, a
Fazenda, a Previdência, o
Planejamento. Se o parecer
deles for de acordo com o
meu, muito bem. Se eles quiserem vetar, e eu não quiser,
eu não veto", afirmou Lula.
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