São Paulo, terça-feira, 15 de junho de 2010

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Lula diz que não dará reajuste eleitoral

Presidente afirma ter carinho pelos aposentados, mas que não se deixará seduzir por "qualquer extravagância'

Questionado sobre o projeto do pré-sal, Lula disse já ter se definido: "Vou fazer aquilo que é melhor para o país"

RODRIGO VIZEU
ENVIADO ESPECIAL A QUELUZITO (MG)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não vai se deixar levar por "qualquer extravagância" ao decidir se vetará ou não o reajuste de 7,7% aos aposentados que ganham mais de um salário mínimo, aprovado pelo Congresso Nacional. O prazo para a decisão é hoje.
"Não pensem que eu me deixarei seduzir por qualquer extravagância que alguém queira fazer por conta do processo eleitoral. Minha cabeça não funciona assim. A eleição é uma coisa passageira, e o Brasil não jogará fora no século 21 as oportunidades que jogou fora no século 20", disse Lula.
O presidente concedeu uma entrevista após participar da inauguração de um gasoduto da Petrobras no município de Queluzito (131 km de Belo Horizonte).
Ao afirmar que não quer estragar a relação que tem com os aposentados, Lula disse já ter tomado a decisão, mas que só se pronunciará hoje, depois de uma última reunião com ministros.
Segundo Lula, o Brasil vive um momento bom e ele não vai "estragá-lo".
"Todo mundo sabe o carinho que eu tenho pelos aposentados brasileiros. Eu vou fazer aquilo que eu achar que é melhor para o Brasil, para os aposentados. Eu não vou estragar minha relação com os aposentados, não vou estragar minha relação com ninguém", disse Lula.

PRÉ-SAL
Questionado se já definiu se vetará as mudanças feitas pelo Senado no projeto do pré-sal, Lula disse já ter posição formada desde que o texto foi enviado à Câmara dos Deputados. "Vou fazer aquilo que é melhor para o país", declarou o presidente.
Lula não quis antecipar posição sobre possível veto. O presidente indicou, porém, sua contrariedade com o projeto aprovado ao dizer que os royalties não deveriam ser discutidos em momento eleitoral porque "as pessoas deixam de discutir as coisas com racionalidade".
"Quando chegar à minha mesa, eu chamo as pessoas que têm que dar parecer, a Fazenda, a Previdência, o Planejamento. Se o parecer deles for de acordo com o meu, muito bem. Se eles quiserem vetar, e eu não quiser, eu não veto", afirmou Lula.


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