São Paulo, domingo, 15 de agosto de 2010

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"Voto nele mesmo roubando", diz eleitora em reduto

DO ENVIADO A JEQUIÁ DA PRAIA (AL)

Enquanto os caras-pintadas ensaiam o retorno em Maceió, moradores do maior reduto "collorido" de Alagoas tratam o impeachment como "vingança dos ricos" contra o ex-presidente.
Com 11 mil habitantes, Jequiá da Praia (AL) deu a Fernando Collor 74% dos votos quando ele concorreu ao Senado nas eleições de 2006. É aconselhável não criticá-lo nas ruas da cidade.
"Quem deu a mão ao pobre foi o Collor. Por isso os ricos tiraram ele", diz o pescador David dos Santos, 59.
"O Collor mora no meu coração", derrama-se a desempregada Gorete Leite, 57. "Tenho fé em Deus que ele vai ganhar de novo."
Apesar do cabelo grisalho e dos quilos a mais, o senador, 61, ainda inspira suspiros. "Tá ficando coroinha, mas continua bonito", elogia a dona de casa Edineide Silva, 28, desdenhando as denúncias do passado. "Mesmo roubando, eu voto nele."
Eleitores mais novos como a feirante Edijane Nolasco, 19, simplesmente ignoram o impeachment sofrido pelo ex-presidente em 1992.
"Se eu escutei, não lembro. Voto nele por causa dos meus pais," afirma.
Collor estimula a devoção dos mais pobres. Nos últimos três dias, disse ter sido "crucificado" e perseguido por inimigos "do sul" e "pelos paulistas". "A discriminação é muito grande em relação ao Nordeste", afirmou.
Collor foi o primeiro presidente eleito por voto direto depois da ditadura (1964-1985). Acusado de participar de rede de corrupção, foi afastado e renunciou. Ele nasceu no Rio de Janeiro, em 1949. (BMF)


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