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Serra leva à TV fala em que Dirceu chama Dilma de "companheira de armas"
Tucanos afirmam que intenção foi ligar a petista a série de escândalos na Casa Civil
DE SÃO PAULO
DE SALVADOR
Ainda que de forma velada, o programa eleitoral de
José Serra na TV fez ontem à
noite, pela primeira vez na
campanha, uma menção à
participação de Dilma Rousseff (PT) em grupos da luta
armada contra a ditadura.
A peça exibiu trecho de
discurso em que o ex-ministro José Dirceu chama Dilma
de "camarada de armas".
O comando da campanha
de Serra alega que a intenção
foi associar Dilma aos escândalos da Casa Civil e diz que
não vai explorar a atuação da
adversária na guerrilha, apesar da pressão de aliados, especialmente do DEM.
Segundo tucanos, o próprio Serra se opõe à abordagem explícita do tema. Embora a estratégia seja mostrar
que Dilma omite páginas de
seu passado, o assunto, diz o
comando da campanha, ficará fora do programa.
Desde a semana passada,
aliados de Serra têm cobrado
um tom mais agressivo na
propaganda. Uma oposição
mais vigorosa foi defendida
pelo presidente do PSDB,
Sérgio Guerra (PE), numa
reunião com senadores.
No final do programa de
ontem, ao abordar a crise envolvendo Erenice Guerra e a
ligação da ministra com Dilma, uma narração em off diz
que "nos últimos anos, a Casa Civil foi palco de escândalos e mais escândalos".
Depois de mencionar que
Dirceu, "membro do mensalão", "passou o cargo para
Dilma", entra imagem do petista na cerimônia de troca de
comando, em 2005: "Senhora Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, minha
camarada de armas", diz ele.
"EXCESSO DE LIBERDADE"
Além de ter sido levado ao
programa do PSDB, Dirceu
protagonizou outro episódio
da campanha ontem.
O PT da Bahia divulgou
nota sobre palestra dada por
Dirceu, na noite de segunda,
em Salvador, na qual o petista fala em "excesso de liberdade e do direito de expressão e da imprensa". Depois, o
partido recuou do teor da nota. O presidente do PT-BA, Jonas Paulo, atribuiu a frase a
um "equívoco da assessoria
de imprensa".
(CATIA SEABRA, FABIO VICTOR e MATHEUS MAGENTA)
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