São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 2011

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Governo afrouxará regra para convênios

Medida, que simplificará controle em obras paroquiais em Estados e municípios, atende a prefeitos e congressistas

Novas regras, que serão editadas nos próximos dias, devem facilitar a liberação de recursos em 2012, ano eleitoral


DE BRASÍLIA

O governo editará nos próximos dias uma portaria para simplificar os procedimentos de controle em obras de pequeno valor em convênios com Estados e municípios.
A medida, que atende a reivindicações de prefeitos e congressistas, deverá facilitar a liberação de recursos já no próximo ano, quando haverá eleições municipais.
Sem dar detalhes, a ministra Miriam Belchior (Planejamento) anunciou ontem, em exposição à Comissão de Orçamento do Congresso, que a portaria deverá ser divulgada ainda neste mês.
Em junho, a simplificação dos ritos nos convênios já havia sido defendida pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, que citou como exemplo as obras de até R$ 500 mil.
Segundo sua argumentação, os procedimentos exigidos hoje, que incluem viagens de técnicos aos locais dos projetos e a produção de relatórios detalhados, encarecem e atrasam os investimentos previstos.
Obras de pequeno valor em convênio com governo regionais são a típica modalidade de despesa que deputados e senadores incluem no Orçamento da União.
Os deputados cobraram ontem a liberação desses recursos, bloqueados pelo ajuste fiscal do governo.
O deputado Gilmar Machado (PT-MG) disse a Belchior que a estimativa de receita no Orçamento do próximo ano deverá ser elevada "em R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões".

REAJUSTES
Tradicionalmente, o Congresso eleva essa previsão para acomodar novos gastos. Entre eles, Machado citou a pressão do Judiciário por reajustes salariais.
A ministra disse que o governo não pretende conceder no próximo ano os reajustes reivindicados pelo Judiciário e pelo Legislativo, embora tenha se declarado aberta a debater o tema.
A ministra argumentou que o recrudescimento da crise global -"um cenário adverso", em suas palavras- torna necessário manter os gastos sob controle, com prioridade para os investimentos e os programas sociais.
Segundo ela, a proposta orçamentária para 2012 prevê uma quantia "ínfima", de R$ 1,6 bilhão para reajustes no Executivo, cuja folha salarial passa dos R$ 150 bilhões.
O Judiciário quer até 56% de reajuste para seus servidores e 14,7% para os ministros do Supremo, o que elevaria o teto do funcionalismo de R$ 26,7 mil para R$ 30,6 mil.
Já a Câmara dos Deputados propõe aumentos de até 60% nos salários básicos de seus servidores.


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