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Verdes criticam revisão de plano de Marina
Coordenador de campanha da senadora chamou discussão de proposta dela para a Amazônia de "trapalhada"
Governo começou a debater reforma de projeto justo quando petistas buscam votos da verde no 2º turno
FLÁVIA FOREQUE
CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA
Ambientalistas ligados à
campanha de Marina Silva
rechaçaram a proposta da
SAE (Secretaria de Assuntos
Estratégicos) de rever o PAS
(Plano Amazônia Sustentável), principal legado da gestão da verde à frente do Ministério do Meio Ambiente.
O coordenador da campanha de Marina, João Paulo
Capobianco, qualificou de
"trapalhada" o seminário organizado pela SAE para colher subsídios técnicos para
a revisão do plano, como a
Folha revelou ontem.
"O PAS era uma orientação geral. Ele tinha de ser
traduzido em ações de governo, mas em vez disso resolveram fazer uma discussão
conceitual", afirmou.
"É um equívoco, porque o
marco conceitual já foi aprovado pelo presidente", disse.
Capobianco disse não
achar que o objetivo do governo seja desvirtuar o PAS.
"Mas você não chama a imprensa para dizer que quer
discutir um assunto", continuou. "Não é o momento,
não porque seja eleição, mas
porque é final de governo."
Ex-candidato do PV ao governo de São Paulo, Fábio
Feldmann disse que o seminário foi "inoportuno". "Todo mundo querendo casar
com a Marina e o pessoal vai
lá e fala isso".
A mesma opinião foi expressada pelo deputado federal Sarney Filho (PV-MA).
Ele afirmou que a discussão
está "contaminada" pelo debate do segundo turno.
O deputado argumentou,
porém, que a decisão foi tomada no âmbito do governo,
e nada tem a ver com a posição de Dilma Rousseff (PT).
"No mínimo, é uma prova
de que as coisas não estão
concatenadas. A candidata
Dilma está estudando as propostas para que a gente possa ter um diálogo", disse o
parlamentar, defensor do
apoio do PV à petista.
Na semana passada, o PV
encaminhou a Dilma e Serra
(PSDB) documento com propostas que gostaria de ver
nos programa de governo.
Concebido pela equipe de
Marina para guiar as políticas para a Amazônia, o PAS
acabou sendo o estopim da
saída dela do governo.
Em seu lançamento, em
maio de 2008, o presidente
Lula decidiu entregar a gestão do plano à SAE, então
chefiada por Mangabeira
Unger. Lula alegou que Marina não era isenta para geri-lo. A SAE, porém, nunca tirou o PAS do papel.
Anteontem, no seminário
em Brasília, o secretário-executivo da SAE, Luiz Alfredo
Salomão, disse que o PAS
precisava ser revisto por ter
"lacunas" em pontos como
defesa e mineração.
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