São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2011

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mercado em cima da hora

Alta do petróleo e dólar barato elevam lucro da Petrobras

Empresa ganha R$ 22 bi no 1º semestre, sob influência de aumento nas vendas e de menor despesa financeira

Estatal admite que resultado poderia ter sido melhor se tivesse repassado alta do barril para o mercado interno

LEILA COIMBRA
CIRILO JUNIOR

DO RIO

Com o barril de petróleo em alta no período, a Petrobras obteve lucro líquido recorde de R$ 21,928 bilhões no primeiro semestre deste ano -37% mais que os R$ 16 bilhões observados no mesmo período de 2010.
O desempenho foi impulsionado pelo aumento médio de 44% na cotação do barril de petróleo tipo Brent. De janeiro a junho de 2010, custava US$ 77,27. No primeiro semestre, o preço saltou para US$ 111,16.
A valorização do real também ajudou a turbinar o desempenho da Petrobras, segundo o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa. Com boa parte do endividamento atrelada ao dólar, a petroleira conseguiu um ganho de R$ 4,9 bilhões no primeiro semestre de 2011.
No segundo trimestre, o lucro foi de R$ 10,942 bilhões, alta de 32% ante os R$ 8,295 bilhões registrados de abril a junho de 2010. Se comparado ao primeiro trimestre de 2011, houve estabilidade no resultado referente ao lucro líquido da estatal.
Foi determinante para o resultado o crescimento de 8% no volume de vendas ao mercado interno ante o primeiro semestre de 2010.

REPASSE
Segundo analistas, o resultado teria sido melhor caso a política de preços adotada pela companhia, orientada pelo governo para ajudar a conter a inflação, fosse diferente. A empresa não repassa para as refinarias o aumento dos preços internacionais do petróleo desde 2005.
Barbassa admite que o não repasse freou o lucro da Petrobras: "É um elemento que pesa. Não é o único, há outros fatores. Tivemos que importar e com isso pagamos o preço internacional".
A Petrobras teve que recorrer a mais importações de gasolina e óleo diesel no período, para atender a demanda interna. Como consequência, a balança comercial da companhia registrou deficit de US$ 1,191 bilhão.
"Houve efeito do crescimento do mercado doméstico, e a ele se adicionou o fato de a gasolina estar substituindo o álcool. Muita gente que importou derivado em 2010 não o fez neste ano, e isso fez com que o consumo da Petrobras fosse elevado."

INVESTIMENTOS
No período, os investimentos totalizaram R$ 32 bilhões. Esse valor é 16% menor que o verificado no mesmo período de 2010.
Os investimentos globais da companhia em 2011 foram revisados para baixo, segundo Barbassa. A programação anterior previa desembolsos de R$ 93,7 bilhões ao longo de 2011, mas esse valor foi revisto para R$ 84,7 bilhões.
Barbassa não descarta investimento ainda menor do que o já foi revisado. "Tentaremos perseguir o objetivo. Como neste ano teremos um grande volume de sondas e de perfuração de poços, acredito que iremos atingir."
O volume de investimentos foi reduzido, segundo Barbassa, porque grandes projetos já foram concluídos e também por conta da valorização do real ante o dólar.
Como, em média, 40% dos investimentos da Petrobras são feitos em moeda estrangeira, a estatal está gastando menos em reais para o mesmo montante em dólar de investimento.
Em julho, o novo plano de negócios da Petrobras (2011-2015) havia sido aprovado com um aumento de apenas 0,3% nos investimentos, para US$ 224,7 bilhões.


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