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Suspeitos no caso do dossiê de aloprados vão ser denunciados
Origem de dinheiro ainda não é conhecida
HUDSON CORRÊA
DO RIO
Quatro anos após o escândalo do dossiê contra tucanos, nas eleições de 2006, a
Procuradoria da República
prepara denúncia contra os
envolvidos sem que seja conhecida a origem da quantia
de R$ 1,7 milhão (R$ 2,1 milhões em valor corrigido),
apreendida pela PF.
O dinheiro seria usado por
petistas, segundo a PF, para
comprar um dossiê forjado
para envolver o então candidato ao governo de SP e atual
presidenciável, José Serra
(PSDB), com a máfia dos sanguessugas (fraude na compra de ambulâncias).
A PF e a Justiça Federal
afirmam que o petista Hamilton Lacerda levou uma mala
com o dinheiro ao hotel Íbis,
em SP, em 13 e 15 de setembro
de 2006, onde esperavam um
funcionário da campanha de
Lula, candidato à reeleição à
época, e um emissário da máfia dos sanguessugas.
Um dos envolvidos com a
máfia seguiu com documentos do dossiê para SP, mas foi
preso em Cuiabá (MT). A PF
seguiu para o hotel e prendeu o funcionário da campanha de Lula e o emissário dos
sanguessugas. Eles nunca revelaram a origem da quantia.
Lacerda, que trabalhava
na campanha do senador
Aloizio Mercadante (PT-SP)
então candidato a governador e também neste ano, não
foi preso. Hoje é fazendeiro
no sul da Bahia, como revelou a Folha em abril.
A PF concluiu que o dinheiro saiu de caixa dois de
Mercadante (PT-SP), e chegou a indiciar o senador. O
STF (Supremo Tribunal Federal), porém, mandou arquivar a ação a partir de parecer da Procuradoria-Geral da
República, que não viu indícios de participação dele.
O inquérito voltou à Justiça Federal de MT e há quase
três meses está com o procurador da República Mário Lúcio Avelar, que prepara denúncia contra Lacerda e demais envolvidos.
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