São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

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Esquerda armada cometeu erros durante regime

DE BRASÍLIA

A esquerda armada também cometeu graves equívocos na luta contra a ditadura militar. Alguns fatais.
Em 1968, a organização Colina recebeu a informação de que o capitão boliviano Gary Prado estava no Rio, fazendo um curso na Escola do Estado-Maior do Exército.
Prado era conhecido internacionalmente à época por ter sido o oficial responsável por aprisionar Che Guevara, morto no ano anterior na selva da Bolívia. Ele era procurado pela esquerda na América Latina.
Em julho de 1968, no bairro da Gávea, um grupo do Colina cercou um oficial e o matou com dez tiros. Mas era o homem errado.
Tratava-se, na verdade, do oficial alemão Otto von Westernhagen, do Exército da Alemanha Ocidental. O Colina tentou criar uma história de que Otto tinha ligações nazistas, sem êxito. O grupo acabou se silenciando sobre esse assassinato.
Outro equívoco, mais um da repressão, está descrito em uma apostila da Esni (escola do antigo SNI) sobre erros e acertos no combate à esquerda. Tratava-se do paradeiro do militante Joaquim Câmara Ferreira, o Toledo.
A repressão foi informada da casa onde Toledo supostamente morava e do carro preto em que ele andava. Uma testemunha confirmou o detalhe e os endereços. Era a Operação Bandeirantes.
Ao ver um homem deixar o local indicado com uma pasta preta e entrar num carro (também preto), os policiais não tiveram dúvida e atiraram. O homem em questão era um médico, que saía para atender um paciente.
Dentro da casa, não encontraram Toledo. Apenas uma pessoa muito parecida com ele.(LF)


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