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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
TV nunca mudou eleição presidencial
Desde 89, candidato que estava na frente no início da propaganda eleitoral sempre ganhou a disputa no final
Em outras eleições, como na vitória de Kassab em 2008, TV foi crucial para alterar resultado da disputa
RANIER BRAGON
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
A campanha na TV tem
histórico de relevantes movimentações na intenção de
voto dos candidatos à Presidência, mas até hoje não teve
impacto suficiente para tirar
a vitória daquele que iniciou
o período na dianteira.
Nas cinco eleições presidenciais após a redemocratização -de 1989 a 2006-,
saiu vitorioso o candidato
que liderava as pesquisas
imediatamente antes da entrada da campanha na TV.
A análise das planilhas do
Datafolha mostra que se encontravam nessa situação
Fernando Collor (PRN) em
1989, Fernando Henrique
Cardoso (PSDB) em 1994 e
1998, e Lula (PT) em 2002 e
2006 -em 94, FHC dividia a
ponta com Lula, em empate
técnico, mas em ascensão.
Apesar disso, a propaganda televisiva coincidiu com
períodos de movimentações
que em dois casos levaram
um cenário de vitória em primeiro turno para o segundo.
Em 1989, Collor abriu o período da propaganda com sete pontos de vantagem sobre
todos os principais oponentes somados. No final, havia
caído de 40% para 26% na
pesquisa. Embolado na terceira posição, Lula praticamente dobrou seu índice e,
por margem estreitíssima,
derrotou Leonel Brizola
(PDT) e foi ao segundo turno.
Nas vitórias de 1994 e
1998, ambas no primeiro turno, FHC tinha mais minutos
na programação eleitoral e
assistiu no período televisivo
a uma ampliação da vantagem em relação a Lula.
Já em 2002, Lula iniciou a
TV com Ciro Gomes (PPS) como seu principal oponente.
Entretanto, Ciro derreteu de
27% para 11% das intenções
de voto, desempenho em
parte atribuído à exploração
na TV de frases polêmicas e
da discussão com um eleitor.
José Serra (PSDB), dono da
maior fatia eletrônica, acabou indo ao segundo turno.
"O horário eleitoral sepultou as chances de Ciro por
conta das bobagens que ele
falou", disse o cientista político Marcus Figueiredo, professor da UERJ (Universidade
Estadual do Rio de Janeiro),
Autor de estudos sobre o
tema, ele diz que a propaganda na TV constrói a imagem
dos candidatos e pauta debates, mas que está longe de ser
a única variável para que o
eleitor defina seu voto.
Na disputa de Lula pela
reeleição, em 2006, o petista
vencia o conjunto dos principais oponentes por dez pontos no início da propaganda.
Em meio à repercussão do
episódio em que petistas foram presos tentando comprar um dossiê antitucano e
após faltar ao último debate,
na TV Globo, teve que disputar o segundo turno com Geraldo Alckmin (PSDB).
As planilhas do Datafolha
mostram não haver padrão
sobre o momento da campanha na TV em que as intenções de voto se estabilizam.
OUTRAS ELEIÇÕES
Houve mudanças, no entanto, no resultado final de
outras eleições. Um dos
exemplos mais claros é o da
eleição de Gilberto Kassab
(DEM) à Prefeitura de São
Paulo, em 2008. Em 22 de
agosto, na semana de início
da propaganda na TV, ele tinha 14%, contra 41% de Marta Suplicy (PT) e 24% de Geraldo Alckmin (PSDB).
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