|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
PT e Dilma reagem a bloco da base aliada
PMDB anunciou união com 4 partidos para tentar obter espaço no governo e força na disputa pelo comando da Câmara
Governo contra-atacou
e debelou ofensiva;
no início da noite, PP
negou fazer parte de
plano peemedebista
FERNANDO RODRIGUES
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA
Com poder limitado nas
discussões sobre a transição
de governo, o PMDB tomou
ontem uma atitude arrojada:
anunciou um bloco com outros quatro partidos para formar uma bancada de 202 deputados na Câmara.
No início da noite, entretanto, uma reação rápida do
PT e da presidente eleita, Dilma Rousseff, acabou colocando em risco estratégia
peemedebista.
O PMDB anunciou que seu
bloco teria o apoio formal de
PR, PTB, PP e PSC. Com essa
configuração, teria os 202 deputados e ficaria muito superior à bancada petista, com
88 cadeiras. O caminho estaria então pavimentado para o
atual líder peemedebista,
Henrique Eduardo Alves
(RN), tentar se eleger presidente da Câmara.
Aí as forças governistas
entraram em ação. Participou diretamente da operação o ministro das Relações
Institucionais, Alexandre Padilha. Muitos deputados foram contatados para ajudar a
debelar o plano do PMDB.
A contraofensiva do governo surtiu efeito no início da
noite, quando o líder do PP,
João Pizzolatti (SC), negou
que estivesse já acertado para colocar seu partido no chamado "blocão" do PMDB.
"O que tem é uma conversa, que comecei há duas semanas, com PR e PTB", declarou Pizzolatti. "Preciso
consultar o partido, a base",
disse o deputado do PP.
Todas essas movimentações partidárias se referem a
duas disputas: 1) espaço na
composição do governo de
Dilma Rousseff e 2) escolha
dos novos presidentes da Câmara e do Senado.
O PMDB tem se sentido
preterido no processo conduzido por Dilma Rousseff.
Também não conseguiu dobrar o PT a respeito de um
possível rodízio (dois anos
para cada um) na presidência da Câmara. Os petistas
responderam que só aceitam
o acordo se a regra for válida
também para o Senado.
Sem opções, o PMDB partiu ontem para um quase
confronto a anunciar o "blocão". A reação governista
contou com a atuação direta
de Dilma Rousseff, que chamou o presidente nacional
do PMDB, Michel Temer, para uma conversa hoje.
Temer, que é o vice-presidente da República eleito na
chapa com Dilma, tem sido
chamado para reuniões da
equipe de transição. Ocorre
que seu poder é limitado
suas participações não têm
rendido dividendos políticos
ao PMDB.
"Esse bloco não é para
confrontar, é para organizar
o trabalho nesta Casa [Câmara] e fora dela, na composição do governo", afirmou o
líder Henrique Alves, antes
que o "blocão" tivesse sido
colocado em risco com a defecção do PP.
Texto Anterior: Lula ficará no Alvorada até o Natal Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros
|