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PF coloca Rio no topo de crimes eleitorais
Nos últimos 4 anos, houve 3.400 investigações desses delitos no Estado, 3º maior colégio eleitoral do país
SP é o 3º em números absolutos; entre as irregularidades, estão compra de votos, caixa dois e boca de urna
LUCAS FERRAZ
DE BRASÍLIA
Terceiro maior colégio
eleitoral do país, o Rio de Janeiro lidera um inédito ranking da Polícia Federal sobre
crimes eleitorais.
Nos últimos quatro anos, a
PF fez mais de 3.400 investigações no Estado para apurar delitos como compra de
votos, caixa dois, boca de urna, inscrição e transporte irregular de eleitores.
Desde 2006, a PF abriu
mais de 20 mil inquéritos sobre crimes do gênero no país.
Até agora, foram indiciadas
mais de 5.500 pessoas.
Políticos que tiveram mandatos cassados no período
estão no foco de algumas das
investigações.
Em segundo lugar no ranking está Minas Gerais, segundo maior Estado em número de eleitores e onde a PF
abriu 1.912 inquéritos nos últimos quatro anos.
São Paulo, com com 22%
do eleitorado (o maior do
país), está na terceira posição, quase empatado com
Rio Grande do Norte, que tem
1,6% do eleitorado.
O crime mais frequente e
considerado o mais grave por
procuradores, juízes federais
e policiais ouvidos pela Folha, é a compra de votos.
Em seguida está o cadastramento irregular de eleitores, prática mais comum durante as eleições municipais.
"A compra de votos é um
reflexo da falta de credibilidade e desesperança da população com os políticos",
diz Sandra Cureau, vice-procuradora-geral eleitoral.
O balanço da PF deve ser
uma das ferramentas para
tentar diminuir a ocorrência desses delitos nas eleições de 2010.
A PF, responsável por investigar crimes eleitorais, o
Ministério Público Eleitoral
e o Tribunal Superior Eleitoral devem atuar em conjunto -um convênio ainda deve ser formalizado.
Segundo a Folha apurou, o esforço é para tentar
obter provas e propor ações
antes da diplomação dos
políticos, e não depois, já na
vigência do mandato, o que
dificulta a punição.
ATRASO
O Sudeste é a região que
mais concentra os inquéritos da PF, com seus três
maiores colégios eleitorais
liderando o ranking.
"Ainda há muitos currais
eleitorais, principalmente
no interior. A política no Estado é feita de uma forma
antiga e anacrônica", diz
Silvana Batini, procuradora
regional eleitoral do Rio.
Apesar da liderança fluminense nos inquéritos, o
maior número de indiciamentos por crimes eleitorais
ocorreu em Tocantins: 841
nos últimos quatro anos.
O governador tocantinense, Marcelo Miranda
(PMDB) foi cassado pela
Justiça Eleitoral em 2009,
por abuso de poder econômico e político ao usar a máquina do Estado para se reeleger, em 2006.
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