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FOCO
Bombardeado, "guru da web" deixa a campanha de Serra
FABIO VICTOR
DE SÃO PAULO
O "guru" gorou. Contratado no final de agosto para
turbinar a campanha de José
Serra na internet, o americano de ascendência indiana
Ravi Singh, da empresa ElectionMall, voltou para os EUA
sem ter o contrato renovado.
A coordenadora da campanha tucana na internet,
Soninha Francine, argumenta que o trabalho dele "foi
concluído conforme o combinado". A versão, porém, não
contempla o pandemônio
causado pela contratação do
"guru" nas hostes serristas.
Singh foi bombardeado
por todo lado -de interneteiros preteridos ao setor de
marketing, passando pelo
núcleo político.
Um profissional que trabalhou com o indo-americano
relata que ele era truculento
e costumava rejeitar sugestões afirmando: "Vocês não
estão aqui para ter ideia,
quem tem ideia sou eu".
As críticas mais frequentes
foram às mudanças implantadas pelo consultor na página de Serra na internet
(www.serra45.com.br).
De saída, o "guru" priorizou um burocrático cadastramento de eleitores pelo site.
"Ele não tem sentido de rede, tem sentido de spam",
criticou um colaborados, referindo-se aos e-mails que
depois inundaram a caixa
postal dos cadastrados.
SLOGAN
Outra criação tida como
infeliz foi adotar um novo
slogan para a página oficial,
"É a Hora da Virada", em vez
de "O Brasil Pode Mais" usado na propaganda serrista.
Soninha, que atua em conjunto com a empresa DDBR,
que contratou Singh, diz ter
"adorado" trabalhar com o
consultor. "O site é hoje muito mais interativo, colaborativo, 2.0", afirmou.
"Mudei de ideia sobre o
papel do site oficial. Estamos
todos aprendendo a dirigir
com o carro em movimento,
mas felizmente internet não
é folheto e dá para mudar e
corrigir o tempo todo."
A ex-vereadora elogiou a
ferramenta que exibe depoimentos on-line de eleitores.
"Eu acho o máximo ler, em
pé de igualdade, o depoimento de um agricultor do
interior do Espírito Santo, de
um casal de 80 anos da Paraíba, de um estudante da Fatec
da zona leste."
Entre os tucanos, ninguém
assume a paternidade da
ideia de trazer Singh. Uma
versão diz que o primeiro
contato com ele foi feito por
Arnon de Mello, filho do ex-presidente Fernando Collor e
sócio da Loops, uma das fornecedoras de serviços de internet da campanha.
Outra atribui a ideia à filha
de Serra, Veronica.
Soninha afirmou saber
apenas que "algumas pessoas da campanha" fizeram
contato com Singh no ano
passado e que depois o consultor fez uma proposta à
DDBR -que foi aceita.
Ninguém, nem críticos
nem entusiastas, quis revelar
quanto custou a aventura.
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