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Relator vê margem para mínimo de R$ 570
Proposta sofre resistência do governo, e líder aliado adverte: "Quanto mais rico o cara, mais exigente ele fica"
Reunião do Conselho Político foi ouvida por jornalistas; lobby por
reajuste de bombeiros e
policiais irrita ministro
BRENO COSTA
SIMONE IGLESIAS
DE BRASÍLIA
O relator do Orçamento no
Congresso, senador Gim Argello (PTB-DF), disse ontem
que há margem para elevar a
R$ 570 o salário mínimo.
A afirmação foi feita em
reunião fechada do Conselho
Político da Presidência, que
reúne líderes no Congresso.
"Tem margem para aumentar um pouquinho o salário mínimo? Tem. Agora, é
o correto fazer isso? Se aumentar para R$ 560, R$ 570,
no repique do ano que vem
vai bater perto de R$ 700",
disse, referindo-se ao salário
de 2012, discutido em 2011.
E prosseguiu: "É o certo isso? Acho que é o certo. Mas o
problema todo é que chegou
um abaixo-assinado de mais
de 600 prefeituras dizendo
que não dá para pagar".
Em favor do aumento intermediário do mínimo, o deputado Sandro Mabel (PR-GO) disse, na reunião:
"Quanto mais rico o cara,
mais exigente ele fica".
Argello afirmou que recebeu um pedido do ministro
da Previdência, Carlos Gabas, para que o reajuste não
passe dos R$ 540.
Lula e Dilma Rousseff trabalham com um mínimo de
R$ 550 em 2011.
O áudio da reunião vazou
para jornalistas na sala de
imprensa do Planalto, sem
que os integrantes do governo soubessem, e ficou disponível por 50 minutos. Só foi
cortado quando Lula entrou.
"CONFUSÃO DANADA"
Na mesma reunião, o líder
do PDT, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, revelou que
policiais militares de todo o
país estão articulando uma
greve geral no início do governo Dilma, como forma de
pressioná-la a garantir piso
salarial de R$ 3.200.
Para evitar uma crise no
primeiro mês de gestão da
petista, o governo avalia
aprovar neste ano a instituição do piso, mas sem definir
valor. Essa decisão ficaria para uma lei complementar a
ser discutida no Congresso.
A insistência de Paulinho
pela aprovação do piso aos
policiais e bombeiros incomodou Paulo Bernardo, contrário à ideia. O ministro calcula que o impacto anual do
piso seria de R$ 43,5 bilhões.
A aprovação da medida,
em seu texto original- que
estabelece como mínimo o
valor de R$ 3.200 - segundo
Paulo Bernardo, criaria
"uma confusão grande".
A PEC 300 é motivo de
preocupação para Dilma. Na
semana passada, ela fez um
apelo ao seu vice e presidente da Câmara, Michel Temer
(PMDB), para que não deixe
a emenda passar.
Os deputados Sandro Mabel (PR-GO) e Jovair Arantes
(PTB-GO) também cobraram
a liberação de verbas das
emendas individuais.
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