São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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Relator vê margem para mínimo de R$ 570

Proposta sofre resistência do governo, e líder aliado adverte: "Quanto mais rico o cara, mais exigente ele fica"

Reunião do Conselho Político foi ouvida por jornalistas; lobby por reajuste de bombeiros e policiais irrita ministro

BRENO COSTA
SIMONE IGLESIAS

DE BRASÍLIA

O relator do Orçamento no Congresso, senador Gim Argello (PTB-DF), disse ontem que há margem para elevar a R$ 570 o salário mínimo.
A afirmação foi feita em reunião fechada do Conselho Político da Presidência, que reúne líderes no Congresso.
"Tem margem para aumentar um pouquinho o salário mínimo? Tem. Agora, é o correto fazer isso? Se aumentar para R$ 560, R$ 570, no repique do ano que vem vai bater perto de R$ 700", disse, referindo-se ao salário de 2012, discutido em 2011.
E prosseguiu: "É o certo isso? Acho que é o certo. Mas o problema todo é que chegou um abaixo-assinado de mais de 600 prefeituras dizendo que não dá para pagar".
Em favor do aumento intermediário do mínimo, o deputado Sandro Mabel (PR-GO) disse, na reunião: "Quanto mais rico o cara, mais exigente ele fica".
Argello afirmou que recebeu um pedido do ministro da Previdência, Carlos Gabas, para que o reajuste não passe dos R$ 540.
Lula e Dilma Rousseff trabalham com um mínimo de R$ 550 em 2011.
O áudio da reunião vazou para jornalistas na sala de imprensa do Planalto, sem que os integrantes do governo soubessem, e ficou disponível por 50 minutos. Só foi cortado quando Lula entrou.

"CONFUSÃO DANADA"
Na mesma reunião, o líder do PDT, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, revelou que policiais militares de todo o país estão articulando uma greve geral no início do governo Dilma, como forma de pressioná-la a garantir piso salarial de R$ 3.200.
Para evitar uma crise no primeiro mês de gestão da petista, o governo avalia aprovar neste ano a instituição do piso, mas sem definir valor. Essa decisão ficaria para uma lei complementar a ser discutida no Congresso.
A insistência de Paulinho pela aprovação do piso aos policiais e bombeiros incomodou Paulo Bernardo, contrário à ideia. O ministro calcula que o impacto anual do piso seria de R$ 43,5 bilhões.
A aprovação da medida, em seu texto original- que estabelece como mínimo o valor de R$ 3.200 - segundo Paulo Bernardo, criaria "uma confusão grande".
A PEC 300 é motivo de preocupação para Dilma. Na semana passada, ela fez um apelo ao seu vice e presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), para que não deixe a emenda passar.
Os deputados Sandro Mabel (PR-GO) e Jovair Arantes (PTB-GO) também cobraram a liberação de verbas das emendas individuais.


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