São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2011

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NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

O melhor dos mundos?

"Wall Street Journal" e "Financial Times" diziam ontem, em leitura da ata do Copom americano, que o Fed procura a "saída" da política monetária frouxa. Para o "WSJ", será "gradual". O "FT" prevê "tempos apertados" e avisa que os juros futuros já subiram.
No mesmo "FT", o editor de América Latina relatou conversa em Londres com o presidente do BNDES. "Se você ouve Luciano Coutinho", a melhor palavra para a política econômica do Brasil é "moderação" -do crédito, dos juros- para "crescer sem aquecer". E se for confirmado o fim da política monetária frouxa nos EUA, diz Coutinho, será "o melhor dos mundos".

economist.com
APOSTA A "Economist" dá o turco Kemal Dervis como favorito ao FMI, segundo casa de apostas. Para o "New York Times", é a francesa Christine Lagarde

//EUROPEU PROTEGE EUROPEU
Simon Johnson, professor do MIT e ex-economista chefe do FMI, escreveu na Bloomberg que "Emergentes podem fazer o herdeiro de Strauss-Kahn".
Diz que o diretor-gerente "tem grande arbítrio sobre os recursos" e pode, "como ocorreu com os países da zona do euro, desequilibrar em favor de condições menos onerosas". Ou seja, outro europeu poderia seguir "generoso" com a Europa. Poderia até "permitir aos europeus protegerem seus bancos de perdas".
Daí a resistência dos emergentes, que têm "sete fortes candidatos", como Kemal Dervis e o sul-africano Trevor Manuel. Anota, sobre Armínio Fraga, que "talvez nem todos apreciem suas conexões com hedge funds: trabalhou para George Soros e acaba de vender seu próprio fundo para o JP Morgan Chase".

Sem unidade A exemplo da Bloomberg, o "FT" enfatizou a "falta de unidade" dos emergentes sobre o nome a ser indicado para o FMI. Mas anotou que, depois de China e Brasil, também a África do Sul e o Chile defenderam o fim da escolha automática de europeu.

Ela diz, ele diz O Brasil vem polarizando a disputa. Em título no "Washington Post", "Alemanha diz que a Europa tem bons candidatos, Brasil diz que é hora de romper esse monopólio". E no "China Daily", "Brasil quer um chefe do FMI que venha dos emergentes".

Reputação Em editorial, o "FT" diz que "seria um erro" indicar outro europeu, pois a "própria tarefa" na Europa exigirá que convença o resto do mundo a dar mais dinheiro à Grécia. "A escolha errada pode acabar com a reputação do FMI."

Legitimidade A instituição Brookings, de Washington, postou que "É hora de mudança real", dizendo que outro europeu "enfraqueceria as instituições financeiras internacionais, minando sua legitimidade". Seria "espetáculo embaraçoso de apego a prerrogativas cujo tempo passou".

Abu Mustafa/cfr.org
Palestino no site do Council on Foreign Relations

//O DISCURSO
Obama determinou sanções contra o presidente da Síria, ontem nas manchetes on-line, e amanhã recebe o primeiro-ministro de Israel. Hoje, faz um discurso para, diz o "New York Times", "remodelar o debate sobre paz no Oriente Médio". Ou, diz o "Los Angeles Times", "esclarecer o papel dos EUA como facilitador, não instigador, de mudança no mundo árabe".
O discurso é precedido por análise, como sempre, do "think tank" Council on Foreign Relations, que avisa que "os EUA perderam influência e credibilidade" na região, pelas seguidas ações contraditórias.
E o instituto Pew divulgou pesquisa mostrando que as revoltas por democracia levaram a uma visão ainda mais negativa dos EUA na região.

//"NYT" SATISFEITO
Em entrevista ao site Inma, o publisher do "NYT", Arthur Sulzberger Jr., se declarou satisfeito com os primeiros resultados do acesso pago on-line. Segundo a "Ad Age", o site do jornal caiu 24,4% em número de "page views" após a mudança, "dentro de níveis aceitáveis", segundo a própria revista. E o Citigroup, citando as mais de 100 mil assinaturas, avaliou que é o bastante para o site se mostrar rentável -e recomendou aos clientes "comprar" ações da empresa.
Sulzberger também tratou do "sucesso" do jornal em mídia social, mas dizendo que é cedo para falar em retorno. "Precisamos assegurar que sejamos parte da conversa, parte dos links, e a monetização virá."


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