São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2010

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Estudantes, militantes gays e grevistas fazem protestos

DE SÃO PAULO

Palco de protestos pela redemocratização na época da ditadura e de produções teatrais históricas, o Tuca, teatro da PUC onde ocorreu o debate Folha/UOL, foi cenário de manifestações contra os três candidatos do lado de fora.
Na chegada, Dilma Rousseff (PT) foi cercada por estudantes. Sabrina Mertens, 18, a chamou de "terrorista" e conseguiu entregar à candidata uma cópia de uma ficha sem autenticidade comprovada com referências a sua atuação durante a ditadura.
Dilma reagiu com calma, pegou o papel das mãos da estudante, o dobrou e seguiu seu caminho.
"Se ela respondeu a acusações, acho que eu tenho o direito de saber por que", justificou a estudante.
O candidato do PSDB também foi alvo de ataques. José Serra foi chamado de "fascista" pelos universitários.
Para constranger o ex-governador, um grupo de grevistas do Judiciário paulista, em paralisação há 113 dias, ocupou a saída do teatro e se juntou aos estudantes.
Os servidores entoaram palavras de ordem contra Serra e ostentaram a foto e o número de campanha de Dilma. Os dois candidatos ignoraram os ataques.
Na saída do debate, o carro de Dilma foi cercado. Universitários chegaram a sentar em frente ao veículo para evitar que ele se movimentasse.
Seguranças e manifestantes trocaram empurrões. Depois de sete minutos de negociação, ela conseguiu sair.
Avisado do piquete montado pelos grevistas do Judiciário, Serra deixou o teatro por uma saída alternativa.
Já Marina Silva viu uma bandeira símbolo do movimento gay ser jogada dentro do veículo em que estava.
A candidata foi interrogada sobre apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo -tema já rechaçado por ela- e defendeu o direito à herança e plano de saúde conjunto. "Esse é o limite da minha convicção", ressaltou.
Outro alvo, o deputado federal Paulo Maluf (PP) foi recepcionado aos gritos de "safado" e "ladrão", mas seguiu como se não ouvisse.
Netinho de Paula, candidato ao Senado pelo PCdoB, não escapou. Foi chamado de "vergonha para os comunistas" pelos universitários.


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