São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2010 |
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Testemunha do processo Capiberibe é esfaqueada Ex-cinegrafista de TV do senador Gilvam Borges diz que sofria ameaças Roberval Araújo afirma que político comprou depoimentos contra seus adversários João e Janete Capiberibe
KÁTIA BRASIL
Folha - Como aconteceu a tentativa de homicídio? Roberval Coimbra Araújo - Estava na cidade [Laranjal do Jari (AP)] para fazer a cobrança de um trabalho. Fui abordado por um garoto. Ele me pediu dinheiro, eu disse que não ia dar para vagabundo. Ele me deu uma facada no peito e tomou meu celular. Tentei correr, e ele me deu outra facada nas costas. Não posso acusar ninguém, mas ele veio para me matar. Por isso, não descarto um atentado. Estou sem segurança, temo pela minha vida e pela da minha família. O que o sr. teme? Fui muito perseguido, fui realmente ameaçado de morte. Pessoas passam por mim e dizem: "Ei, rapaz, o que tu tá fazendo com tua vida?". Como o sr. conheceu o senador Gilvam Borges? Era funcionário dele, trabalhava como operador de áudio. Dois dias depois das eleições de 2002, fui levado a ele por outro funcionário. No dia da eleição, o Ministério Público Federal fez uma apreensão de dinheiro, material de campanha e de uma lista com com 5.000 nomes, que supostamente eram pessoas que receberiam R$ 26 por voto do Capiberibe. Ele [Gilvam] me deu a função de localizar três testemunhas, que estavam naquela lista, para depor contra. O sr. fez isso em troca de quê? Ele me ofereceu casa, carro, melhores condições para a minha família. Eu caí na maionese, aceitei a proposta. No primeiro dia, me deram um carro com gasolina. Em 48 horas eu consegui três testemunhas. Eu disse a elas que não teriam mais problemas relacionados a finanças. E por que o sr. e as outras três testemunhas mudaram o depoimento em junho? Eu fiquei como cinegrafista da televisão. Até o momento em que ele [Gilvam] assumiu o Senado, em 2005. A Justiça cassou o Capiberibe. Aí começou o conflito meu e das outras testemunhas. O Gilvam não cumpria o acordo. Eu precisava de uma casa, de um carro e de um emprego [melhor], e nada. Ele bateu em cima da mesa e gritou: "Eu não sou teu refém!". Pedi demissão, procurei amigos ligados ao Capiberibe e contei a verdade. Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros |
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