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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Serra endossa vice e repete que PT tem elo com as Farc
Candidato e dirigente tucano evitam ligar partido de Dilma ao narcotráfico
No Twitter, candidato a vice suaviza as críticas;
presidente do PSDB diz que estratégia petista é
tentar "esconder Dilma"
Alexandre Guzanshe/Fotoarena/Folhapress
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José Serra, ontem, em comitê do PSDB em Belo Horizonte
RODRIGO VIZEU
DE BELO HORIZONTE
BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
CATIA SEABRA
ENVIADA ESPECIAL A DIVINÓPOLIS (MG)
O candidato do PSDB à
Presidência, José Serra, endossou ontem a associação
entre o PT e as Farc (Forças
Armadas Revolucionárias da
Colômbia), feita por seu candidato a vice, Indio da Costa
(DEM), mas evitou referendar a ligação entre o partido e
o narcotráfico, como o deputado havia feito.
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, também engrossou o coro de ataques ao partido de Dilma Rousseff.
"A ligação do PT é com as
Farc", disse Serra, em Belo
Horizonte. "Isso todo mundo
sabe, tem muitas reportagens, tem muita coisa. Apenas isso. Agora, as Farc são
uma força ligada ao narcotráfico, isso não significa que o
PT faça o narcotráfico."
Em São Paulo, Guerra também procurou caracterizar o
ataque do vice como uma
mera citação de notícias sobre a suposta ligação do PT
com a guerrilha.
"O Indio disse o que a gente sabe: as Farc se sustentam
com dinheiro do narcotráfico, e o PT é ligado às Farc. É
um sócio incômodo que o PT
tem", afirmou.
Pelo Twitter, o próprio Indio tentou suavizar o tom de
suas declarações, feitas em
bate-papo com tucanos na
internet e noticiadas pela Folha no domingo.
"PT não faz narcotráfico.
As Farc, sim", escreveu. Em
seguida, o vice publicou
links para duas reportagens
de jornais colombianos vinculando o PT à guerrilha.
Na entrevista que deu origem à polêmica, o vice de
Serra foi claro ao vincular o
PT ao tráfico: "Todo mundo
sabe que o PT é ligado às
Farc, ligado ao narcotráfico,
ligado ao que há de pior. Não
tenho dúvida nenhuma disso", disse, na ocasião.
EXAGERO
Em conversa reservada
com o ex-governador Aécio
Neves, candidato do PSDB ao
Senado por Minas Gerais,
Serra admitiu que Indio exagerou nos ataques, mas argumentou que é preciso ultrapassar o episódio e tocar a
campanha adiante.
Em público, ele procurou
manter o tema das drogas na
ordem do dia. Sem que fosse
questionado, defendeu o
combate ao crack e criticou o
policiamento das fronteiras.
Serra insinuou que o PT
usa a polêmica em torno da
declaração de Indio para encobrir a violação do sigilo fiscal de Eduardo Jorge Caldas
Pereira, vice-presidente do
PSDB, o que chamou de
"uma coisa mais séria".
"É quebra de sigilo de tucanos como arma de baixaria
eleitoral. É um crime muito
grave", afirmou.
Diante do anúncio de processos contra o vice de Serra,
Sérgio Guerra chamou o partido adversário de "campeão
do mensalão", lembrou o escândalo dos aloprados e acusou Dilma de não ter opinião.
"A Dilma não tem a menor
condição de liderar este país
ou coisa nenhuma. O povo
não é bobo. A ideia deles é:
"Vamos esconder a Dilma e
enganar o povo". Nós temos
um candidato e um projeto.
Eles têm uma fraude", afirmou o presidente tucano.
Ele mirou no ministro do
Planejamento, Paulo Bernardo, que disse que Indio age
"como idiota". "Qual autoridade ele tem para chamar alguém de idiota? Ele produz
um Orçamento vergonhoso
todo ano. Não vou dizer que a
cabeça dele é grande e a inteligência é menor."
Os tucanos anunciaram
que pedirão ao Ministério Público para apurar a suposta
existência de fitas que registrariam encontro de Dilma
com Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal.
Em agosto do ano passado, Lina disse ter sido pressionada ao investigar empresas de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado,
José Sarney (PMDB-AP).
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