São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2010

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Serra e Dilma não priorizam metrô de SP

Presidenciáveis não prometem recursos orçamentários para a rede paulistana, mas só financiamentos do BNDES

Dilma promete R$ 18 bi para cidades que terão jogos da Copa de 2014; Serra fala em investir R$ 45 bi em 9 cidades

EVANDRO SPINELLI
ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO

No que depender dos dois principais candidatos a presidente da República, é melhor São Paulo não esperar verbas federais para ampliar a rede de metrô da cidade.
Contrariando o que defendem os especialistas na área e os candidatos de seus partidos ao governo paulista, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) não se comprometem com o repasse de recursos orçamentários para o metrô.
O que vem, e tanto Serra quanto Dilma estão de acordo, é dinheiro de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e outros bancos federais.
É o mesmo modelo adotado hoje pelo governo federal, e diariamente criticado por Geraldo Alckmin, candidato tucano ao governo paulista, que diz que "não tem um centavo de dinheiro federal" no metrô de São Paulo.
Seu principal adversário, Aloizio Mercadante (PT), rebate essa tese e diz que o governo Lula investe no setor.
Há meias verdades nos dois casos. O governo federal investiu R$ 270 milhões do Orçamento da União na linha 2-verde, mas esse dinheiro não saiu propriamente dos cofres federais. Resultou de um "encontro de contas" e, por acordo entre as partes, ficou definido que o dinheiro seria investido no Estado. Por opção do governo paulista, foi para o metrô.
Por outro lado, o governo federal é o principal financiador das obras do metrô paulistano por meio dos bancos estatais -principalmente o BNDES. É um dinheiro que será "devolvido", com juros, muito embora o governo ofereça condições favoráveis.
A Folha enviou questionários idênticos aos três principais candidatos a presidente. Marina Silva não respondeu.
As respostas de Dilma remetem basicamente ao PAC 2 (segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento), que prevê R$ 18 bilhões de investimentos em projetos de mobilidade urbana nas cidades que abrigarão jogos da Copa do Mundo de 2014.
Não há, nas respostas de Dilma, nenhuma previsão de linhas de metrô tradicional financiadas pelo governo. Nas cidades-sedes da Copa serão feitos empréstimos para projetos de corredores de ônibus, VLTs (veículos leves sobre trilhos) e monotrilhos.
Já Serra fala em gastar R$ 45 bilhões, entre recursos do BNDES e dos Estados, em 400 km de metrô em nove cidades. Seria um gasto equivalente a R$ 112,5 milhões por km. Em São Paulo, as obras de metrô feitas na gestão Serra como governador (linhas 2-verde e 4-amarela) custaram cerca de R$ 350 milhões por km, segundo o Tribunal de Contas do Estado.
Alckmin disse que pretende gastar R$ 23 bilhões no transporte sobre trilhos no Estado, e Mercadante, R$ 25 bilhões. Celso Russomanno (PP) não respondeu.


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