|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Serra e Dilma não priorizam metrô de SP
Presidenciáveis não prometem recursos orçamentários para a rede paulistana, mas só financiamentos do BNDES
Dilma promete R$ 18 bi para cidades que terão jogos da Copa de 2014; Serra fala em investir R$ 45 bi em 9 cidades
EVANDRO SPINELLI
ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO
No que depender dos dois
principais candidatos a presidente da República, é melhor São Paulo não esperar
verbas federais para ampliar
a rede de metrô da cidade.
Contrariando o que defendem os especialistas na área
e os candidatos de seus partidos ao governo paulista, Dilma Rousseff (PT) e José Serra
(PSDB) não se comprometem
com o repasse de recursos orçamentários para o metrô.
O que vem, e tanto Serra
quanto Dilma estão de acordo, é dinheiro de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) e outros
bancos federais.
É o mesmo modelo adotado hoje pelo governo federal,
e diariamente criticado por
Geraldo Alckmin, candidato
tucano ao governo paulista,
que diz que "não tem um
centavo de dinheiro federal"
no metrô de São Paulo.
Seu principal adversário,
Aloizio Mercadante (PT), rebate essa tese e diz que o governo Lula investe no setor.
Há meias verdades nos
dois casos. O governo federal
investiu R$ 270 milhões do
Orçamento da União na linha 2-verde, mas esse dinheiro não saiu propriamente dos cofres federais. Resultou de um "encontro de contas" e, por acordo entre as
partes, ficou definido que o
dinheiro seria investido no
Estado. Por opção do governo paulista, foi para o metrô.
Por outro lado, o governo
federal é o principal financiador das obras do metrô paulistano por meio dos bancos
estatais -principalmente o
BNDES. É um dinheiro que
será "devolvido", com juros,
muito embora o governo ofereça condições favoráveis.
A Folha enviou questionários idênticos aos três principais candidatos a presidente.
Marina Silva não respondeu.
As respostas de Dilma remetem basicamente ao PAC 2
(segunda fase do Programa
de Aceleração do Crescimento), que prevê R$ 18 bilhões
de investimentos em projetos
de mobilidade urbana nas cidades que abrigarão jogos da
Copa do Mundo de 2014.
Não há, nas respostas de
Dilma, nenhuma previsão de
linhas de metrô tradicional
financiadas pelo governo.
Nas cidades-sedes da Copa
serão feitos empréstimos para projetos de corredores de
ônibus, VLTs (veículos leves
sobre trilhos) e monotrilhos.
Já Serra fala em gastar R$
45 bilhões, entre recursos do
BNDES e dos Estados, em
400 km de metrô em nove cidades. Seria um gasto equivalente a R$ 112,5 milhões
por km. Em São Paulo, as
obras de metrô feitas na gestão Serra como governador
(linhas 2-verde e 4-amarela)
custaram cerca de R$ 350 milhões por km, segundo o Tribunal de Contas do Estado.
Alckmin disse que pretende gastar R$ 23 bilhões no
transporte sobre trilhos no
Estado, e Mercadante, R$ 25
bilhões. Celso Russomanno
(PP) não respondeu.
Texto Anterior: Elio Gaspari: Peluso quer autonomia salarial Próximo Texto: Pivô de dossiê distribui boletim pró-Dilma Índice
|