São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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Após críticas à Folha, candidata é aconselhada a moderar o tom

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao acusar anteontem a Folha de "parcialidade", Dilma Rousseff fez um desabafo que não constava do roteiro de sua candidatura. Já as críticas do presidente Lula à imprensa são parte da estratégia do PT para evitar um eventual segundo turno.
Para o governo e a campanha, Dilma adotou um tom muito agressivo, que pode ser lido como falta de equilíbrio e cansaço, além de destoar da imagem suave vendida na campanha.
A candidata foi aconselhada a evitar novas críticas desferidas nesse tom.
Na opinião da campanha, a Folha e veículos da chamada "grande imprensa" estariam agindo para forçar um segundo turno na eleição presidencial em benefício do segundo colocado na disputa, o tucano José Serra.
A avaliação decorre do agravamento do caso de quebra de sigilo na Receita e ganhou força com reportagens da Folha e de outros veículos que culminaram na saída de Erenice Guerra da Casa Civil.
A estratégia petista em relação à imprensa é que o presidente entre em cena para fazer, nas palavras de um auxiliar direto, "fogo de encontro". Como não é candidato, Lula aproveita sua popularidade para comprar brigas diretas e preservar Dilma.
Foi o que ele fez em Campinas, no último sábado, quando disse que derrotaria "alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem um partido político".
No dia anterior, em Juiz de Fora (MG), disse que "alguns jornais" não são neutros e deveriam assumir "as cores do partido que defendem".
Em conversa reservada anteontem, Lula disse que enfrentou um segundo turno em 2006 porque a imprensa de modo geral, e a Rede Globo em particular, teriam feito uma cobertura muito negativa de sua campanha.
Ele disse que "não permitiria" que isso se repetisse.
Dilma, por sua vez, acusou a Folha de "má-fé" devido a reportagem sobre auditorias do Tribunal de Contas do RS, entre 1991 e 2002, em suas contas na Secretaria de Minas e Energia e na Fundação de Economia e Estatística.
A candidata negou ter favorecido uma empresa, como apontou uma das auditorias, e acusou a Folha de não registrar a aprovação de suas contas pelo tribunal. As informações, porém, constam do texto principal, do "Outro Lado" e do infográfico que ilustrou a reportagem.


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