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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Serra foca segurança, e Dilma, pobreza
Petista promete erradicar a miséria até 2014, enquanto tucano propõe criar Ministério da Segurança Pública
Marina defende adoção de critérios ambientais na administração, mas faz poucas promessas para um governo do PV
DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA
Apesar de os programas de
governo dos pré-candidatos
à Presidência ainda estarem
sendo rascunhados, Dilma
Rousseff (PT), José Serra
(PSDB) e Marina Silva (PV) já
começam a soltar, com parcos detalhes, as primeiras
promessas de campanha.
A Folha consultou especialistas sobre a viabilidade e
possível eficácia de compromissos assumidos pelos presidenciáveis.
As principais propostas de
Serra estão na área da segurança, um dos eixos do "tripé" que o tucano invariavelmente cita em discursos e entrevistas, ao lado de saúde e
educação.
A principal delas já havia
sido bandeira de sua campanha derrotada ao Planalto
em 2002: a criação do Ministério da Segurança Pública.
O tucano promete tornar a
União protagonista das
ações de combate à criminalidade, ainda que seja necessário mudar a Constituição.
Para a socióloga Jacqueline Muniz, pesquisadora da
área, a eficiência desse ministério dependeria de uma
reformulação do marco legal
que confira à União, por
exemplo, o poder de cobrar
metas dos Estados.
"Terá que se discutir com
governadores e prefeitos para se chegar a um consenso.
Ninguém quer perder poder,
por isso o tema nunca avançou no Brasil", diz.
ERRADICAÇÃO
A mais relevante promessa
anunciada por Dilma é a de
erradicar a pobreza extrema
no Brasil até 2014. Por "miséria", ela refere-se a 4,5 milhões de famílias que sobreviveriam com menos de um
quarto de salário mínimo ao
mês (R$ 128), por integrante.
A fonte de Dilma para a
promessa é o estudo sobre
pobreza e políticas públicas
do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), vinculado à Presidência.
O próprio estudo diz que a
erradicação da pobreza extrema se daria em 2016 -se
repetidos "os melhores desempenhos brasileiros."
Marina defende a adoção
de critérios ambientais em
toda a administração federal,
mas apresenta poucas promessas objetivas para um
eventual governo do PV.
Na última quarta-feira,
propôs criar um sistema único de educação, seguindo o
modelo do SUS. "Isso é necessário, mas não é uma
ideia nova nem original", diz
Cesar Callegari, do Conselho
Nacional de Educação.
"Muitos estudiosos defendem isso. O ideal era que a
proposta estivesse na mesa
de todos os candidatos."
(BRENO COSTA, BERNARDO MELLO FRANCO e RANIER BRAGON)
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