DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO

O Conselho Nacional de Imigração concedeu ontem visto de permanência no Brasil para o terrorista italiano Cesare Battisti. Com a decisão, ele poderá viver e trabalhar normalmente no país.
Condenado por uso de passaporte falso, Battisti não tem o atestado de antecedentes criminais necessário à concessão do visto. Por isso o conselho usou uma norma para situações especiais na decisão.
Em sessão secreta, a relatora Izaura Maria Soares Miranda, representante do Ministério da Justiça, minimizou a condenação ao entender que Battisti não tinha como entrar legalmente no Brasil. Ela foi acompanhada por 13 dos 20 conselheiros.
A norma interna já foi usada para haitianos que chegaram depois do terremoto que devastou o país em 2010.
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a CNF (Confederação Nacional das Indústrias Financeiras) votaram contra o visto.
Além de três ausências, a Confederação Nacional do Comércio se absteve.
Ligado ao Ministério do Trabalho, o conselho tem representantes do governo, sindicatos e empregadores. Durante a votação, o ministro Carlos Lupi fez questão de defender Battisti.
O italiano disse que espera voltar a ter uma vida normal e que vai seguir as obrigações de imigrante.


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