Marcelo Camargo/Folhapress

Petista Hideraldo Caron anuncia, em entrevista a jornalistas, que pediu demissão do Dnit

DE BRASÍLIA
DE PORTO ALEGRE

Sob a pressão do Planalto, o diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Hideraldo Caron, pediu ontem demissão do cargo.
O diretor-geral do órgão, Luiz Antônio Pagot, que está em férias, também comunicou ao Planalto que enviará sua carta de demissão à presidente Dilma. Até o conclusão desta edição, o Planalto não confirmou o recebimento do documento.
Único petista que fazia parte da cúpula do órgão, Caron afirmou que Dilma exagerou na "faxina" ao demitir diretores ligados ao Ministério dos Transportes.
"Acho que não precisava [sair tanta gente]", criticou, durante entrevista no Dnit, em Brasília. "Um diretor decide muito pouco individualmente, dentro de um processo", complementou.
Até agora, 16 pessoas foram exoneradas -a maior parte é ligada ao PR, que comanda a pasta.
Caron afirmou que está saindo por "circunstâncias políticas", mas negou que tenha ressentimento da presidente ou de lideranças petistas. "Vou me afastar para que a presidente tenha condições de reformular."
A saída do cargo, no entanto, não será imediata. Segundo ele, haverá um período de "transição".
Caron afirmou que não teve qualquer envolvimento com irregularidades e afirmou que o Dnit passou por auditorias "duríssimas".
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o agora ex-diretor do órgão afirmou que as reuniões com Dilma eram sempre "pesadas". "Sempre foram reuniões muito pesadas, de cobranças", disse Caron.


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