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Após pesquisa, tucanos temem abstenção
Avaliação é que, com o sentimento de fato consumado, eleitores de Serra deixem de votar para viajar no feriado
Nas 2 últimas eleições gerais, o índice dos que não votaram foi maior no 2º turno; em 2002, foi de 17,7% para 20,4%
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
Os números da última pesquisa Datafolha alimentaram no comando da campanha do PSDB o medo de abstenção entre os eleitores de
José Serra para a Presidência.
O temor é que, com o sentimento de fato consumado, os
eleitores de Serra deixem de
votar para viajar no feriado.
Abatido com o resultado, o
comando da campanha levará ao ar comercial conclamando o eleitor a ir às urnas.
Ainda que lancem dúvidas
sobre as pesquisas, tucanos
reconhecem que a divulgação de uma vantagem de 12
pontos para Dilma, a uma semana da eleição, pode desestimular não só a militância
mas também o eleitor.
O foco de preocupação é o
Estado de São Paulo, onde
Serra lidera as pesquisas e é
grande o volume dos que viajam nos feriados.
Como Serra conta com
mais votos do que Dilma entre os eleitores com renda superior a dez salários mínimos, a perda seria maior para
a campanha do PSDB.
IMPACTO
O partido conclui hoje um
levantamento sobre o impacto do potencial de abstenção
nos diferentes Estados. Entre
tucanos mais otimistas, a esperança é que os eleitores do
PT relaxem com a confiança
de vitória.
Nas duas últimas eleições
presidenciais, o índice de
abstenção foi maior no segundo turno em comparação
ao primeiro. Em 2002, saltou
de 17,73% para 20,45%.
Em 2006, passou de
16,73% para 18,97%.
O risco de desânimo do
eleitor não é a única fonte de
preocupação do PSDB. Por
mais que contestem as pesquisas, tucanos reconhecem
que Serra não tem esboçado
sinal de crescimento nos últimos levantamentos e admitem a dificuldade de uma virada caso não ocorra um fato
novo até a eleição.
"Está difícil. Mas a esperança é a última que morre",
afirmou o presidente do
PSDB de São Paulo, deputado Mendes Thame.
No comando da campanha, a avaliação é ainda a de
que Dilma poderá crescer na
reta final, caso cristalizada a
chance de vitória.
Em Porto Alegre, Serra
afirmou que há "uma crise
nas pesquisas" de intenção
de voto. Questionado sobre o
Datafolha, que dá a adversária petista 12 pontos à frente
nos votos válidos, Serra disse
que os institutos têm errado
"fragorosamente".
PESQUISAS
"As pesquisas erraram incrivelmente no primeiro turno, o Ibope errou até na pesquisa de boca de urna. Há
institutos sérios, como o Datafolha, e institutos menos
sérios, que são mais alugados por partidos e governos,
como o Vox Populi. Mas hoje
está todo mundo meio perdido nessa matéria", disse.
Indagado se poderia, em
nove dias, reverter a tendência, o tucano disse que "não
se vira resultado das pesquisas", mas "ganha-se o voto
das pessoas".
"Está voltando [no segundo turno] o mesmo esquema
de ilusão das pesquisas",
afirmou, defendendo mobilização porque "o que resolve
é o voto no dia [31]".
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), pediu que os
aliados não se deixem influenciar pelas pesquisas.
Um dos coordenadores da
campanha, o senador eleito
Aloysio Nunes Ferreira endossou a estratégia, afirmando que, se dependesse das
pesquisas, não estaria eleito.
Colaborou ANA FLOR , enviada especial a
Porto Alegre
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